postado em 07/03/2013 16:53
O machismo está expresso no mercado de trabalho do Distrito Federal. É o que aponta estudo da Companhia de Desenvolvimento (Codeplan), que apresentou na manhã desta quinta-feira (7/3) indicadores da empregabilidade e do rendimento das mulheres no DF entre 2001 até 2011. "Considerada a etnia, mulheres negras enfrentam ainda mais desigualdades", declarou o presidente da instituição, Júlio Miragaya. O estudo foi realizado pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan.Os dados revelam lentidão na redução das desigualdades entre homens e mulheres no DF, o que, segundo o geógrafo Aldo Paviani, da Universidade de Brasília (UnB), se explica pelo tempo necessário para se combater o fenômeno, que ocorre ao redor do mundo em igual medida. "Todo trabalho com esse objetivo é longo, por isso talvez sejam necessários 200 anos para nossa sociedade ser mais igualitária no que diz respeito a homens e mulheres", opinou. A secretária da Mulher do GDF, Olgamir Amancia, também participou da divulgação dos resultados da pesquisa, que ocorreu no auditório da Codeplan.
O levantamento teve por base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) e das características do mercado de trabalho para ambos os sexos por região administativa, tendo como referência a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2011 (PDAD/CODEPLAN).
Dados
Entre 2001 e 2011, foi fraca a evolução entre o rendimento médio mensal de mulheres e homens. Eles seguem com melhores condições de renda à proporção de 0,72 em 2011 em comparação aos 0,66 de 2001.
Apesar de não apontar as condições redutoras da desigualdade de sexo, o estudo mostra que a taxa de participação de mulheres e homens no mercado de trabalho é maior segundo o nível de escolaridade.
"Em todas as condições analisadas as mulheres enfrentam piores condições do que os homens. Sequer nos diferentes segmentos de escolaridade as mulheres superam o sexo masculino", apontou Miragaya. A menor diferença está entre aqueles que têm o nível superior completo, onde homens ocupam 79,5% e as mulheres, 69,3%. No total, a diferença é de 62,8% para 43,9%.