Cidades

Em média 20 brasileiras são mortas por máfias de prostituição, a cada ano

As nascidas em Goiás são as maiores vítimas, mas a crise econômica na Europa vem diminuindo os casos de violência

Renato Alves
postado em 18/03/2013 06:00

Goianas deportadas de Portugal, no aeroporto de Brasília: terminal é o principal ponto de partida para aquelas que deixam o país com a intenção de vender o corpo na Europa

, a história de Letícia Peres Mourão é incomum, porque foi um dos raros casos de mulher escravizada na Europa que teve a coragem denunciar seus agressores. No entanto, muitas brasileiras tiveram um fim trágico como o dela. Aos 31 anos, Letícia morreu com um tiro na cabeça, no Guará, em 2008. Tantas outras foram assassinadas sem sequer conseguir voltar à terra natal. Goianas, como ela, são as maiores vítimas das máfias da prostituição internacional.

Em média, 20 brasileiras são assassinadas anualmente no exterior em consequência da exploração sexual. Somente em 2012, sete goianas fizeram parte dessa estatística. E foi o ano com o menor número de vítimas no século. O estado já chegou a perder 20 cidadãs assassinadas por conta da atividade em um ano. Outras 18 desapareceram a cada 12 meses, em média. Os números são da Secretaria de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás, órgão encarregado de dar assistência aos goianos no exterior e as suas famílias no Brasil.



O órgão estima que haja de 2,5 mil a 3 mil goianas vivendo da prostituição na Europa, de forma voluntária ou forçada. A Espanha, onde Letícia viveu sob o regime de escravidão, é o principal destino das prostitutas goianas desde os anos de 1990. As organizações criminosas espanholas e portuguesas se concentram nos estados do Centro-Oeste, segundo investigações da Polícia Federal.

As nascidas em Goiás são as maiores vítimas, mas a crise econômica na Europa vem diminuindo os casos de violência

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