postado em 24/04/2013 06:05
A tímida repressão dos órgãos fiscalizadores sobre o transporte clandestino de passageiros contribuiu para a disseminação da atividade irregular por todo o Distrito Federal. Além da Rodoviária do Plano Piloto, onde motoristas piratas cobram até R$ 2 mil para permitir o ingresso de novatos no esquema, , condutores estruturaram pontos fixos em diversas cidades. Na Candangolândia, por exemplo, um grupo alugou até sala de escritório para gerenciar com conforto as viagens ilegais. Em São Sebastião, vans com placas do Rio de Janeiro foram aprendidas rodando pela região administrativa. Segundo o Transporte Urbano do DF (DFTrans), os loteiros ; como eles gostam de ser chamados ; cariocas tentavam explorar o lucrativo mercado informal de Brasília.
[SAIBAMAIS]Na Candangolândia, integrantes da máfia optaram por comprar veículos modelos Fiat Doblô, com capacidade de acomodar mais gente. Os itinerários são previamente definidos em uma espécie de escritório situado numa área comercial próximo a um Posto Comunitário de Segurança, da Polícia Militar. O ponto de pirataria existe há pelo menos 10 anos, mas ganhou estrutura de empresa em 2011, quando o DFTrans apreendeu o menor número de veículos piratas nos últimos seis anos.
Cientes da frágil capacidade do poder público em combater a contravenção, loteiros de outras unidades da Federação tentam se instalar na capital a fim de ;roubar; passageiros das empresas de ônibus. Em fevereiro deste ano, chamou a atenção dos fiscais do DFTrans o fato de motoristas naturais do Rio de Janeiro estarem circulando em vans por São Sebastião. Os veículos eram todos registrados na capital carioca. Aos servidores da autarquia, eles admitiram ter vindo para Brasília com o intuito de observar o mercado de transporte pirata. ;No Rio, eles têm uma espécie de cooperativa do transporte clandestino muito organizada. Vieram para o DF avaliar se, aqui, era lucrativo. Felizmente, conseguimos descobrir as intenções deles antes de se instalarem de vez;, ressaltou Pedro Jorge Brasil.