Um buraco e um vazamento na rede de esgoto preocupam os moradores de uma rua no Vale do Amanhecer. Na última quinta-feira (25/4), os resíduos começaram a transbordar dentro das residências e invadir a via, onde está instalada a Unidade Básica de Saúde da região. A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), responsável pelas caixas e pelo sistema de escoamento, foi acionada no mesmo dia, mas só apareceu para fazer o conserto no domingo (28/4).
Em contrapartida, a falha no asfalto existe há dois anos devido à retirada de um quebra-mola. Segundo os moradores, a administração de Planaltina nunca tomou providência para solucionar o desnível. No local, água e esgoto acumulados são foco de mosquitos.
[SAIBAMAIS]Os vizinhos contam que, pelo menos, nove pessoas contraíram o vírus da dengue desde o início do período das chuvas. Uma delas é Crotides de Souza Guimarães, 59 anos. A dona de casa, que mora em frente ao ponto, teve hemorragia com a doença e, agora, se preocupa com os netos e a possibilidade de ser picada pela segunda vez. "O mosquito me picou aqui porque eu não saio. Meu nariz sangrava, eu vomitava, sentia dor e tive febre. Aqui tem criança pequena, o menor tem um ano. Dentro de casa é tudo limpo, mas a rua fica por conta do poder público", lamenta.
Crotides procurou a administração, pela primeira vez, em 2012. Ela guarda o registro da segunda reclamação, feita em fevereiro deste ano, e acusa o órgão de omissão. "Fui lá, me deram o papel e disseram que era para eu ligar em um número. Liguei, falaram que não era lá e passaram outro telefone. Gastei meus créditos todos fazendo isso", reclama.
Por meio de assessoria, a Administração regional de Planaltina explicou que a operação tapa buraco começou no domingo (28/4) e segue até o fim da tarde desta segunda-feira (29/4). O objetivo é verificar os problemas no asfalto, além de infiltrações.
O caso do transbordamento de esgoto teve uma solução mais rápida, porém o incômodo foi maior. Maria do Socorro Gomes, 73 anos, teve a casas afetada diretamente pelo vazamento. Nos quatro dias em que conviveu com o mau cheiro e a sujeira, ela não conseguiu cozinhar e teve de recorrer a um restaurante. "Eu estava com dor de cabeça porque o fedor é forte demais. Não aguento fazer comida e fui comer fora", relata. Segundo o inquilino da aposentada, Alberto Magno, 49 anos, a Caesb não justificou o ocorrido. "É falta de responsabilidade, porque isso é questão de saúde. Só chegaram aqui, mexeram na caixa e foram embora em questão de minutos. Não sei se é algo paliativo ou definitivo", questiona, referindo-se ao serviço de manutenção prestado ontem.