Cidades

Caso 113 Sul: porteiro insinua que filha dos Villela mandou matar os pais

No interrogatório, Leonardo Campos Alves também afirmou que foi torturado e por isso confessou ser autor de um crime que não cometeu

postado em 14/05/2013 16:12

Ex-porteiro Leonardo Campos Alves caminhando para o reinterrogatório

O ex-porteiro Leonardo Campos Alves, acusado de matar três pessoas na 113 Sul em agosto de 2009, afirmou, em interrigatório à Justiça, que só confessou ser autor dos homicídios por tortura de policiais. Alves também insinuou que Adriana Villela, filha do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, José Guilherme Villela, e de Maria Carvalho Mendes Villela, mandou matar os pais. No dia do crime, também foi morta a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.

O porteiro contou que a filha dos Villela, em certa ocasião, destruiu o apartamento dos pais por não ter gostado da decoração. Ele alega que a família tinha desavenças. "Chegou a derrubar uma geladeira. Soube que não foi uma e nem foram duas desavenças dela com os pais. Conheço a Adriana de vista e dizia só bom dia e boa tarde. Se eu fosse falar algo da Adriana, diria sim que ela tem envolvimento no crime como mandante", afirmou o porteiro ao ser questionado pelo juiz Fabio Esteves. O depoimento de Alves ocorreu depois que o defensor Carlos André Bindá Praxedes disse que Adriana o apontou o porteiro como autor do crime.



O ex-porteiro já tinha prestado um depoimento em março de 2012, quando disse que confessou ser autor dos homicídios sob tortura praticada por policiais da 8; Delegacia de Polícia (SIA), então chefiados pela delegada Deborah Menezes. O ex-defensor do réu, Frederico Donati Barbosa se afastou do caso em agosto. Após o defensor Praxedes assumir o caso de Leonardo, foi feita a solicitação para uma nova interrogação.

Leonardo conta que no dia 15 de novembro de 2010 foi preso em Montalvânia, quando estava na casa da sogra. Os policiais teriam invadido a casa e ele foi, então, detido. Ele também negou ter procurado o ex-ministro para pedir emprego horas antes do crime.

[SAIBAMAIS]O depoimento estava marcado para começar às 14h desta terça-feira (14/5), mas começou por volta de 15h20, no Tribunal de Justiça do DF e Territórios. Leonardo foi levado do presídio para o tribunal por volta das 9h em uma escolta armada. Também estão presentes seis advogados de Adriana Villela e o irmão dela, Augusto Villela, assim como a família do réu Francisco Mairlon Barros de Aguiar.

Um dos advogados de Adriana Villela, Pedro Ivo, explicou antes do depoimento que o interrogatório de hoje não é tão incomum, e afirmou esperar que Alves "finalmente conte a verdade e não dê uma nova versão mirabolante".

Entenda o caso

O triplo homicídio ocorreu no apartamento do ex-ministro do TSE. As três vítimas foram assassinadas com 73 facadas. Os autos do processo foram distribuídos ao cartório no dia 1; de outubro de 2009. Em outubro de 2010, o juiz do Tribunal do Júri de Brasília acatou a denúncia do Ministério Público, na qual quatro réus foram denunciados: Adriana Villela, filha do casal e acusada de ser a mandante do crime; Leonardo Alves, ex-porteiro do bloco onde ocorreu o triplo assassinato; Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo; e Francisco Mairlon Barros Aguiar, suposto comparsa de Leonardo e Paulo.

Com informações de Mara Puljz

Veja a reportagem da TV Brasília

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