Jornal Correio Braziliense

Cidades

Jovens da periferia brasiliense se identificam com Faroeste Caboclo

Moradores de Ceilândia e outras regiões do DF assistiram ao filme no shopping CasaPark



Ceilândia serve de cenário para a música homônima e o filme. Na região administrativa ; representada por meio de uma cidade cenográfica montada no pobre e empoeirado Jardim ABC, na Cidade Ocidental (GO) ;, se passa a maior parte da história da trama, escrita em 1979 por Renato Russo e depois gravada pela sua Legião Urbana. Na exibição do longa de ontem, entre os jovens, de 18 e 29 anos, muitos tinham histórias de violência como a de Santo Cristo para contar. Por isso, o filme mexeu tanto com eles. Vibravam a cada vez que um dos personagens pronunciava o nome da cidade. Viram Santo Cristo como herói. Não esconderam a admiração da luta dele para manter o romance com uma menina da classe média alta do Plano Piloto e para fugir da realidade imposta a um pobre migrante negro, vindo da Bahia, morador de Ceilândia.

Nascido e criado na mesma cidade, Marcos Vinícius de Jesus, 42 anos, conhece bem a realidade da cidade cantada pela Legião Urbana. Os problemas e as virtudes de Ceilândia são as maiores fontes de inspiração dele, mais conhecido pelo nome artístico. Japão é o vocalista do grupo de rap Viela 17. Com olhar aguçado, ele viu Faroeste caboclo sem praticamente piscar os olhos. E gostou. ;Quando lançaram a música, a gente tinha vergonha de falar que morava em Ceilândia. Agora, entendemos melhor. E o filme deixa claro como é a nossa realidade, como a violência se formou. E também mostra que tem bandido no Lago Sul, no Plano.;



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