postado em 26/05/2013 08:00
O fim do sequestro que durou uma década em Cleveland, no estado norte-americano de Ohio, devolveu a muitos pais a esperança de reencontrar seus filhos desaparecidos. No Distrito Federal, pelo menos 23 famílias não têm notícias de algum parente há mais de 10 anos. A maioria sumiu ainda na infância ou no início da adolescência. Apesar de o passar do tempo reduzir as chances de sucesso nas buscas, a perseverança de quem procura pode resultar em um final feliz. Ontem, foi lembrado o Dia Internacional da Criança Desaparecida.Inspirado na história do menino Pedrinho, devolvido à família biológica 16 anos depois de ter sido sequestrado da maternidade logo após o nascimento, em 1986, o açougueiro Evandro de Paula, 50, percorreu cinco estados à procura do filho. Estima ter gastado mais de R$ 15 mil com viagens e hospedagens. Em julho do ano passado, a agonia terminou. Por uma série de coincidências, ele conseguiu encontrar Evandro Eduardo da Silva de Paula. O garoto estava então com 13 anos.
O menino tinha apenas 3 anos quando foi levado para Grajaú, no Maranhão, pela mãe. Segundo o açougueiro, a mulher morava em Luziânia (GO) e fugiu sem deixar rastros após ser denunciada à polícia por maltratar a criança. Evandro, morador de Taguatinga e separado da mulher, tentou obter a guarda do garoto, mas antes de entrar com o processo judicial, a ex-esposa sumiu.
Evandro de Paula fala sobre o desaparecimento e o reencontro de seu filho; assista
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Procura nas cracolândias
Glorenice Pedro dos Santos, 45 anos, acredita que a sorte de Evandro de Paula um dia baterá à sua porta. A dona de casa não tem qualquer tipo de contato com o filho há quase 10 anos. Wellington Charles Pedro Santos, hoje com 25 anos, desapareceu aos 15. O adolescente vivia com a mãe e três irmãos no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria, quando começou a se envolver com drogas. A mãe, para tentar livrá-lo da má influência de amigos traficantes, o internou em uma clínica de reabilitação.
O garoto parecia recuperado e até começou a fazer bicos como ajudante de pedreiro em uma pequena obra de Águas Claras. Dona Glorenice já preparava a volta dele para escola, mas, no fim da tarde de 7 de setembro de 2004, ele montou na garupa de uma motocicleta e nunca mais foi visto.
Glorenice Pedro dos Santos conta para o Correio sobre o drama de ter um filho desaparecido; veja
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