Renato Alves
postado em 28/05/2013 16:54
A ex-empresária Vilma Martins Costa foi transferida para a Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na noite de segunda-feira (27/5). Condenada pelo sequestro de dois bebês, entre eles Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, ela acabou presa em flagrante no dia 23 último, em Goiânia.
No mesmo dia, policiais civis a levaram para o 20; Distrito Policial, no Setor Sudoeste de Goiânia, onde acabou indiciada por receptação qualificada. Na mesma noite, ela foi levada para a carceragem da 14; Distrito Policial, na Vila Pedroso, onde passou cinco dias, até ir para a penitenciária. A esteticista Sônia Eliene Silva, 40 anos, presa em flagrante com Vilma, também foi transferida para a CPP, na segunda.
Testemunhas complicaram a situação de ambas. Duas dentistas reconheceram os equipamentos apreendidos com a ex-empresária como sendo os de uma clínica odontológica assaltada. Elas ainda contaram à polícia que duas filhas da acusada fizeram tratamento no local. Por fim, uma pessoa entregou à polícia uma caixa cheia de aparelhos e medicamentos de odontologia, encontrados em um lote vizinho da suposta comparsa da raptora de crianças.
O flagrante
Conhecida nacionalmente por ter roubado Pedrinho maternidade Santa Lúcia, em Brasília, em 1986, Vilma, hoje com 58 anos, acabou flagrada por policiais civis goianos com oito equipamentos de odontologia, em seu carro, um Fiesta. O flagrante ocorreu em uma rua do Jardim Planalto, mesmo bairro de Goiânia onde bandidos furtaram uma clínica odontológica, há oito dias. Vilma estava com Sônia Silva.
Elas teriam oferecido parte dos produtos, avaliados em R$ 8 mil, a um comerciante de produtos odontológicos, que também presta assistência técnica. Mas as vítimas do furto de domingo haviam entrado em contato com as lojas especializadas, informando o crime. Após conferir que as marcas dos produtos oferecidos por Vilma e Sônia eram as mesmas das roubadas, o comerciante acionou a polícia.
No 20; DP, as dentistas reconheceram os equipamentos. Segundo a dona da clínica, que não quis ser identificada, o furto deve ter ocorrido na noite de domingo, quando vizinhos notaram a luz do consultório acesa. Ela acredita que quem esteve no local conhecia o prédio, pois até fecharam o registro de água para os equipamentos serem retirados.
A proprietária da clínica diz ainda que, há dois anos, duas filhas de Vilma fizeram tratamento odontológico no consultório. Ainda segundo a dentista, Sônia esteve no consultório perguntando sobre o furto, um dia após o crime. Para a vítima, a intenção da suposta curiosa era levantar informações sobre o valor dos produtos.
Favor a amigos
Ambas afirmaram, em depoimento, estarem tentando vender os produtos e, cada uma diz estar prestando um favor a amigos. No caso de Vilma, ela explicou que Sônia faz tratamento estético nela e fez um favor de levar os equipamentos. Só não soube explicar o que uma esteticista amadora fazia com aparelhos odontológicos.
Já Sônia disse que apenas levou os equipamentos, que nem sabia serem de fins odontológicos, para o comerciante, a pedido de um conhecido, de quem ela teria comprado equipamentos de estética tempos atrás.
Responsável pelo caso, o delegado Geraldo Caetano Brasil, plantonista do 20; DP, disse ainda que as acusadas deram outras versões, como a de que teriam pego os equipamentos com um catador de lixo nas ruas. "Elas não falam uma única coisa. A cada momento, inventam uma história", comentou. Foi um catador de lixo, segundo Vilma, quem entregou o recém-nascido Pedro Rosalino Braule Pinto ao ex-marido dela, o então fiscal de Receita de Goiás, Oswaldo Borges, em 21 de janeiro de 1986. Mas a versão não convenceu a Polícia Civil do DF, que localizou o menino somente 16 anos depois, com Vilma , em Goiânia.
Condicional quebrada
Por terem sido flagrante e de forma qualificada, nenhum delegado pode arbitrar fiança a Vilma e sua amiga, segundo o delegado Gylberto Ferro, chefe do 20;DP. "Provavelmente, um juiz deve colocá-las em liberdade por este crime, por não ser hediondo. Elas devem responder em liberdade. Porém, a situação da dona Vilma se complica no que diz respeito à (liberdade) condicional", explicou.
Vilma ganhou o benefício em 2008. Desde então, além de não cometer qualquer outro delito, a condenada não poderia deixar Goiânia sem autorização judicial e era obrigada a comunicar a Justiça qualquer mudança de endereço. Também era obrigada a chegar em casa antes das 21h, mas não teria que comprovar trabalho. As normas valem até 16 de fevereiro de 2019, quando expira a pena.
Sem ter confessado publicamente nenhum dos crimes atribuídos a ela, Vilma mora em Goiânia, com Roberta Jamilly Martins Borges. A jovem de 32 anos foi levada de uma maternidade da capital goiana em 1979. Ela também se casou e teve um filho. Mas, diferentemente do irmão de criação, não retomou o nome original, Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, nem o convívio com a família biológica. Sequer visita a mãe verdadeira, Francisca Maria Ribeiro.
Sem emprego, Vilma vive da sua parte na pensão deixada pelo ex-marido, Osvaldo Borges. Christianne Michelle, se mudou para a Europa e tem dois filhos. Já Carla e Patrícia voltaram do velho continente, após anos morando lá, por causa da escassez de emprego provocada pela crise mundial.
No mesmo dia, policiais civis a levaram para o 20; Distrito Policial, no Setor Sudoeste de Goiânia, onde acabou indiciada por receptação qualificada. Na mesma noite, ela foi levada para a carceragem da 14; Distrito Policial, na Vila Pedroso, onde passou cinco dias, até ir para a penitenciária. A esteticista Sônia Eliene Silva, 40 anos, presa em flagrante com Vilma, também foi transferida para a CPP, na segunda.
Testemunhas complicaram a situação de ambas. Duas dentistas reconheceram os equipamentos apreendidos com a ex-empresária como sendo os de uma clínica odontológica assaltada. Elas ainda contaram à polícia que duas filhas da acusada fizeram tratamento no local. Por fim, uma pessoa entregou à polícia uma caixa cheia de aparelhos e medicamentos de odontologia, encontrados em um lote vizinho da suposta comparsa da raptora de crianças.
O flagrante
Conhecida nacionalmente por ter roubado Pedrinho maternidade Santa Lúcia, em Brasília, em 1986, Vilma, hoje com 58 anos, acabou flagrada por policiais civis goianos com oito equipamentos de odontologia, em seu carro, um Fiesta. O flagrante ocorreu em uma rua do Jardim Planalto, mesmo bairro de Goiânia onde bandidos furtaram uma clínica odontológica, há oito dias. Vilma estava com Sônia Silva.
Elas teriam oferecido parte dos produtos, avaliados em R$ 8 mil, a um comerciante de produtos odontológicos, que também presta assistência técnica. Mas as vítimas do furto de domingo haviam entrado em contato com as lojas especializadas, informando o crime. Após conferir que as marcas dos produtos oferecidos por Vilma e Sônia eram as mesmas das roubadas, o comerciante acionou a polícia.
No 20; DP, as dentistas reconheceram os equipamentos. Segundo a dona da clínica, que não quis ser identificada, o furto deve ter ocorrido na noite de domingo, quando vizinhos notaram a luz do consultório acesa. Ela acredita que quem esteve no local conhecia o prédio, pois até fecharam o registro de água para os equipamentos serem retirados.
A proprietária da clínica diz ainda que, há dois anos, duas filhas de Vilma fizeram tratamento odontológico no consultório. Ainda segundo a dentista, Sônia esteve no consultório perguntando sobre o furto, um dia após o crime. Para a vítima, a intenção da suposta curiosa era levantar informações sobre o valor dos produtos.
Favor a amigos
Ambas afirmaram, em depoimento, estarem tentando vender os produtos e, cada uma diz estar prestando um favor a amigos. No caso de Vilma, ela explicou que Sônia faz tratamento estético nela e fez um favor de levar os equipamentos. Só não soube explicar o que uma esteticista amadora fazia com aparelhos odontológicos.
Já Sônia disse que apenas levou os equipamentos, que nem sabia serem de fins odontológicos, para o comerciante, a pedido de um conhecido, de quem ela teria comprado equipamentos de estética tempos atrás.
Responsável pelo caso, o delegado Geraldo Caetano Brasil, plantonista do 20; DP, disse ainda que as acusadas deram outras versões, como a de que teriam pego os equipamentos com um catador de lixo nas ruas. "Elas não falam uma única coisa. A cada momento, inventam uma história", comentou. Foi um catador de lixo, segundo Vilma, quem entregou o recém-nascido Pedro Rosalino Braule Pinto ao ex-marido dela, o então fiscal de Receita de Goiás, Oswaldo Borges, em 21 de janeiro de 1986. Mas a versão não convenceu a Polícia Civil do DF, que localizou o menino somente 16 anos depois, com Vilma , em Goiânia.
Condicional quebrada
Por terem sido flagrante e de forma qualificada, nenhum delegado pode arbitrar fiança a Vilma e sua amiga, segundo o delegado Gylberto Ferro, chefe do 20;DP. "Provavelmente, um juiz deve colocá-las em liberdade por este crime, por não ser hediondo. Elas devem responder em liberdade. Porém, a situação da dona Vilma se complica no que diz respeito à (liberdade) condicional", explicou.
Vilma ganhou o benefício em 2008. Desde então, além de não cometer qualquer outro delito, a condenada não poderia deixar Goiânia sem autorização judicial e era obrigada a comunicar a Justiça qualquer mudança de endereço. Também era obrigada a chegar em casa antes das 21h, mas não teria que comprovar trabalho. As normas valem até 16 de fevereiro de 2019, quando expira a pena.
Sem ter confessado publicamente nenhum dos crimes atribuídos a ela, Vilma mora em Goiânia, com Roberta Jamilly Martins Borges. A jovem de 32 anos foi levada de uma maternidade da capital goiana em 1979. Ela também se casou e teve um filho. Mas, diferentemente do irmão de criação, não retomou o nome original, Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, nem o convívio com a família biológica. Sequer visita a mãe verdadeira, Francisca Maria Ribeiro.
Sem emprego, Vilma vive da sua parte na pensão deixada pelo ex-marido, Osvaldo Borges. Christianne Michelle, se mudou para a Europa e tem dois filhos. Já Carla e Patrícia voltaram do velho continente, após anos morando lá, por causa da escassez de emprego provocada pela crise mundial.