postado em 01/06/2013 07:00
Após uma paralisação que acabou há menos de 15 dias, agentes do sistema socioeducativo do Distrito Federal podem cruzar os braços novamente a qualquer momento. Eles dizem trabalhar sob pressão, com medo e insegurança. Na Unidade de Internação do Recanto das Emas (Unire), antigo Ciago, os servidores garantem que são intimidados constantemente pelos internos. Afirmam ainda que as apreensões de armas fabricadas pelos jovens ocorrem diariamente. Escova de dentes, suportes de televisões e vigas de portas são usados para a confecção dos objetos. Fotos tiradas dentro da unidade revelam ainda que, em cursos de informática, os jovens usam a internet para aprender sobre armas e conversar com amigos pelas redes sociais. Os agentes garantem que todas as ocorrências são repassadas à direção, mas que não são tomadas providências. A Secretaria da Criança afirma que as denúncias partem de servidores insatisfeitos com a nova gestão.
Um grupo de agentes socio-educativos conversou com o Correio e contou como é o trabalho desenvolvido dentro do Unire. Com medo de represálias, eles preferem não ser identificados. Os relatos dão conta que, diariamente, são apreendidos aproximadamente três objetos perfurocortantes escondidos nos alojamentos. ;A maioria fica dentro dos colchões dos internos. Eles falam que é para usar com os rivais ou até mesmo com a gente, caso aconteça uma rebelião;, conta um dos servidores. ;Ficamos expostos diariamente. Se tiver qualquer problema lá dentro, nós seremos os prejudicados;, acrescenta outro agente.