Afirmar que o afeto da família durante o tratamento médico é fundamental para a recuperação do paciente parece tão óbvio quanto dizer que um mais um é igual a dois. Mas há pouco mais de 30 anos, quando uma jovem neurocientista da Rede Sarah teve a humildade de reconhecer e, principalmente, valorizar a sabedoria das mães de seus doentes, pareceu um absurdo tão grande que a comunidade médica se recusava a acreditar.
A convicção de Lucinha, como é conhecida Lúcia Willadino Braga, não se abalava. ;Lembro-me de uma mãe semianalfabeta que fazia uma leitura tão boa do seu filho; Ela parecia ser pós-graduada em neuropsicologia. Então, comecei a chamar os pais para dentro do consultório. E a resposta dos pacientes foi muito melhor;, relembra. Mas ela ainda encontrava resistência dentro e fora do Brasil. Para muitos colegas estrangeiros, a atenção dada por Lucinha aos familiares dos doentes era coisa de mulher, de mulher latina, uma bobagem.
A neurocientista partiu então para a única linguagem capaz de convencer seus pares. Precisava provar sua teoria. Na prática, isso significava medir, cientificamente, os benefícios do amor para acelerar a melhora do paciente. E ela conseguiu. Fez isso com métodos rigorosos de pesquisa. Calou os céticos e hoje a forma de tratamento desenvolvida em Brasília é aplicada em centros médicos de mais de 30 países, entre eles Dinamarca e Suécia. Lá fora, a técnica desenvolvida por Lucinha já é chamada de ;método Braga;.
Entrevista com Lúcia Willadino, diretora-executiva da rede Sarah
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