Ana Maria Campos
postado em 04/06/2013 06:10
Para manter uma base aliada unida em torno da reeleição do governador Agnelo Queiroz, petistas apostam no poder de articulação do comando nacional do PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da força da campanha de Dilma Rousseff em 2014. Agnelo perdeu dois dos principais parceiros do último pleito, os senadores Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), e ainda corre o risco de ver surgir uma via liderada pelo próprio vice, Tadeu Filippelli (PMDB). Por isso, o PT, mais do que nunca, aguarda um reforço federal.
A prioridade petista é repetir a aliança com o PMDB e com o PDT. Entre os peemedebistas, há uma rebelião em vários estados contra o PT, especialmente no Rio de Janeiro, onde o governador Sérgio Cabral (PMDB) quer fazer o sucessor, mas um potencial adversário petista, o senador Lindberg Farias (PT-RJ), tem tumultuado esses planos. Apesar dos percalços, há uma crença de que a dobradinha nacional com o PMDB será renovada, o que levaria ao mesmo desfecho no DF. "Se o (Michel) Temer for novamente candidato a vice-presidente, como o Filippelli, que é muito ligado a ele, vai fazer campanha para o PSDB no DF", questiona um petista.
O fato é que Filippelli pensa em candidatura própria e tem sido incentivado por grupos adversários a Agnelo a liderar uma frente contra a reeleição. O vice-governador tem uma parte importante dos cargos na estrutura do GDF, mas acredita que esse quinhão, em caso de vitória, será reduzido sensivelmente depois das eleições de 2014, quando o apoio do PMDB, em tese, não terá mais tanta importância.
Para o PT, o PDT é um aliado a ser perseguido pela força dos nomes do partido. Além de Cristovam Buarque, a legenda tem em seus quadros o deputado federal José Antônio Reguffe, apontado em todas as pesquisas qualitativas que circulam no meio político como um dos parlamentares com imagem mais positivas no DF. Cristovam tem usado as inserções do partido para criticar a administração de Agnelo e defender um "novo caminho" nas próximas eleições, numa ironia com o slogan da coligação liderada pelo PT em 2010.