Cidades

Decreto que institui aula de música em escolas públicas gera polêmica

De um lado, acadêmicos e professores criticam o modelo adotado. De outro, secretaria garante ter condições de levar o projeto em frente

postado em 04/06/2013 06:05
Orquestra do Teatro Nacional: projeto do GDF contará com o auxílio de músicos profissionais e seguirá experiência de outras unidades da Federação
A partir do segundo semestre deste ano, 24 escolas públicas do Distrito Federal receberão profissionais formados em música para ministrar aulas de teoria e prática para os estudantes. A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) escolheu 16 instituições de ensino em Ceilândia e oito em São Sebastião para dar início ao projeto previsto no Decreto n; 34.267, que foi publicado no Diário Oficial do DF em 9 de abril (confira O que diz a lei). A norma institui a ampliação do ensino tradicional nos colégios da rede. Assim, tornam-se obrigatórias as aulas de musicalização, ou seja, de teoria, e as de prática instrumental, ministradas em horário extraclasse.

O projeto-piloto do Brasília Musical começará depois das férias de julho. A ideia é atender todos os alunos dessas instituições nas aulas teóricas e, para o conteúdo prático, criar cerca de 300 vagas destinadas a estudantes que queiram aprender instrumentos de sopro e cordas. Para ministrar as aulas, a Secretaria de Educação vai contar com a ajuda de músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e da Escola de Música de Brasília. ;Queremos que sejam os jovens formados nessa instituição. Vai ser um chamamento público. Vamos priorizar quem é especializado na parte técnica;, esclareceu Natália de Souza Duarte, assessora da secretaria. Até a próxima sexta-feira, o GDF promete licitar a compra dos instrumentos e, até o fim de junho, os futuros professores serão convocados.

A medida é questionada por representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro). Para Cláudio Antunes, diretor de políticas educacionais da entidade, a Secretaria de Educação não tem condições de manter no projeto os alunos da Escola de Música, que ministrarão as aulas. ;Esses jovens vão entrar como monitores bolsistas, receberão R$ 400 por mês. Vão desistir em dois meses, porque isso não paga nem a passagem até as escolas. Tem que adaptar o conteúdo na rede pública, inserir na grade escolar do aluno;, apontou. Para ele, o ideal seria incluir vagas de professores de música, formados em instituições de ensino superior, no próximo concurso da Secretaria de Educação.

De um lado, acadêmicos e professores criticam o modelo adotado. De outro, secretaria garante ter condições de levar o projeto em frente

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