postado em 05/06/2013 09:23
O mês começou cinza na capital do país para surpresa dos brasilienses acostumados com os primeiros sinais da seca nessa época do ano. As nuvens negras, carregadas de chuva, trouxeram, além de muitas dúvidas, alta na umidade relativa do ar e temperaturas mais amenas, como a mínima de ontem, de 15;C. Assim, os casacos, as capas e os guarda-chuvas deixaram os armários e ganharam as ruas do Distrito Federal.
[SAIBAMAIS]Com o fenômeno, o número de ligações diárias recebidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) triplicou. De 60 telefonemas por dia, o órgão passou a registrar 180 chamadas. ;Todos querem saber se isso é normal ou se é fruto do aquecimento global;, conta o meteorologista do instituto Luiz Cavalcanti. ;Mas não há motivo para alarde, pois ocorrências como essas são raras, mas não anormais;, esclareceu.
As palavras de Cavalcanti ganham mais força amparadas em um levantamento recente feito pelo Inmet. O estudo revela que as chuvas em junho seguem um ciclo de cada cinco ou sete anos. ;Pesquisamos o período nos últimos 51 anos e concluímos que, principalmente nas décadas de 1970 e 1980, houve, sim, grandes precipitações;, detalha o meteorologista. Em 1971, por exemplo, o mês registrou 33,8mm de chuva. E os anos seguintes trariam surpresas ainda maiores. Os patamares mais altos registrados até hoje foram 38mm, em 1977, e 43,8mm, em 1988, o maior índice já documentado. Nada, portanto, comparado a junho de 2013. Até ontem, o Inmet havia contabilizado 4,3mm de água no DF, apanhado inferior à média considerada normal para o período, de 8,7mm.
Confira entrevista com Luis Cavalcanti, meteorologista do Inmet
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