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Ilustres anônimos deram uma contribuição importante para o rock da capital

Elas integravam a "tchurma", como Renato Russo se referia a amigos, colegas e conhecidos moradores de Brasília. Tinham gostos parecidos, frequentavam as mesmas festas e trocavam discos de rock importados

Renato Alves
postado em 09/06/2013 08:15
Músico PC Cascão, da antiga Banda Detrito Federal

Em cartaz e sucesso de bilheteria no país, os filmes Somos tão Jovens e Faroeste Caboclo evocam a era de ouro do Rock Brasília. O primeiro, por meio da vida de Renato Russo na capital. O segundo, pela adaptação da letra da canção homônima do líder da Legião Urbana. Ambos são ambientados no Distrito Federal do fim dos anos 1970 e início dos anos 1980. Os cenários e o modo de vida da juventude brasiliense daquela época têm mexido com os espectadores, que já passaram da casa dos 2,2 milhões, juntando os ingressos vendidos dos dois longas-metragens. Homens e mulheres hoje na casa dos 50 anos conhecem como ninguém e lembram desse período com enorme saudade. São pessoas desconhecidas do grande público, mas que ajudaram a dar à cidade o título de capital do rock.

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Elas integravam a ;tchurma;, como Renato Russo se referia a amigos, colegas e conhecidos moradores de Brasília. Tinham gostos parecidos, frequentavam as mesmas festas, trocavam discos de rock importados, prestigiavam os shows do Aborto Elétrico, do Capital Inicial, da Plebe Rude e da Legião Urbana. Entre essa gente, também havia artistas que por um motivo ou outro não alcançaram o estrelato e ainda moram na capital. Além de músicos, a ;tchurma; era composta por artistas plásticos, escritores, bailarinos, fotógrafos, agitadores culturais. O Correio foi atrás de algumas dessas pessoas, para saber como vivem e, principalmente, ouvir suas histórias sobre o nascimento do Rock Brasília.

Muitos são lembrados em Somos tão jovens por meio de personagens fictícios. Outros se veem nas festas e nos shows retratados na cinebiografia de Renato Russo e em Faroeste Caboclo. Encontros movidos a bebedeiras, drogas e muito rock, principalmente o punk-rock, que desembarcou no Planalto Central em 1977, trazido pelos irmãos Fê e Flávio Lemos. Eles haviam viajado para Londres, Inglaterra, e começaram a abastecer os toca-fitas candangos com cassetes de The Clash, Sex Pistols, Sham 69 e Generation X.

No mesmo ano, chegava a Brasília André Pretorius. Filho do embaixador da África do Sul no Brasil, o rapaz desembarcou no Aeroporto Juscelino Kubitschek com seu visual punk e dezenas de vinis importados na bagagem. Pretorius está em Somos tão jovens. Com Renato Russo, ele formou o Aborto Elétrico.

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