A destinação de recursos públicos para shows e eventos tem um histórico de escândalos de corrupção e superfaturamento. O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) já abriu diversos procedimentos para investigar a gastança e vários casos chegaram à Justiça. Mesmo assim, os deputados distritais insistem no hábito de usar a prerrogativa parlamentar para destinar recursos a fim de pagar cachês suspeitos.
Quando problemas vêm à tona, podem atingir os responsáveis pela execução das emendas, como ocorreu esta semana com a exoneração do administrador regional do Itapoã, Donizete dos Santos (confira Para saber mais), e ainda chegar aos próprios deputados, como Raad Massouh (PPL), que vem sendo investigado. Mesmo assim, a farra parece não ter fim. Levantamento feito pelo Correio nas emendas dos distritais ao orçamento deste ano revela que eles destinaram R$ 58,1 milhões somente para apresentações artísticas, festas religiosas e eventos culturais. O valor representa 17% do montante de recursos à disposição dos parlamentares.
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Com R$ 58 milhões, é possível construir 16 Unidades de Pronto Atendimento (Upas), 165 quadras poliesportivas e 58 escolas rurais. O rei da folia é o deputado Aylton Gomes (PR). Ele reservou mais da metade dos R$ 13,5 milhões de que dispunha de emendas para a realização de shows e eventos culturais. Entre os R$ 7,25 milhões destinados por Aylton para comemorações com dinheiro público, destacam-se três emendas de R$ 1 milhão cada reservadas a ;shows diversos no Distrito Federal;.
