Cidades

Correio faz teste e constata: poucos voluntários da Fifa sabem falar inglês

Se nada mudar até 2014, os estrangeiros terão de contar com a boa vontade de outros brasilienses bilíngues para descobrir o que comer nos restaurantes e lanchonetes

postado em 16/06/2013 06:41
Torcedores aguardam retirada de ingressos, diante do Centro de Convenções Ulysses Guimarães: poucas placas bilíngues orientavam os visitantes

Coisas simples, triviais para quem fala o português, podem ser muito difíceis de fazer se não há quem entenda o que se diz. Num evento grande, como a abertura da Copa das Confederações, ainda que a maioria esmagadora dos torcedores seja de brasileiros, uns poucos estrangeiros precisaram de muito jogo de cintura para tirar dúvidas e conseguir informações. Na tarde de ontem, a reportagem do Correio testou o inglês de funcionários da organização, voluntários, comerciantes e policiais. Em muitas circunstâncias, numa resposta negativa à clássica pergunta Do you speak English? (Você fala inglês?), foi o torcedor brasiliense quem salvou a pátria. Uma prova de solicitude com o estrangeiro.

Na porta do Estádio Nacional Mané Garrincha, um voluntário da Fifa conseguiu explicar, em um inglês bem modesto, que o público poderia entrar por qualquer um dos três acessos e que lá dentro haveria outros funcionários capazes de orientar as pessoas ao portão e ao assento numerado. Apesar disso, os anúncios feitos pelo sistema de som e nos megafones optavam apenas pelo português. Tampouco havia placas informativas em quantidade suficiente. Nesse caso, em nenhum idioma.



Enquanto o clima dos protestos ainda não havia escalado para a violência que se veria mais tarde, a reportagem pediu informações a um policial militar sobre como entrar no estádio. ;Eu mesmo não sei, senhora, mas aquele rapaz pode ajudar;, respondeu, em inglês. Um colega militar, sobre uma moto, no entanto, foi bem menos simpático. ;Excuse me, do you speak English?;, perguntamos ao policial. ;Não;, devolveu, secamente o agente, virando o rosto. Ao presenciar a situação, um jovem brasiliense se prontificou a ajudar.

Se nada mudar até 2014, os estrangeiros terão de contar com a boa vontade de outros brasilienses bilíngues para descobrir o que comer nos restaurantes e lanchonetes

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