Cidades

"Não tenho coragem de voltar", diz aluna agredida na UnB. Ouça depoimento

Morador de rua a atingiu com pedaço de madeira no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. Universidade elabora plano de segurança

postado em 20/06/2013 06:03
Nesta terça-feira, a estudante do 1; semestre de museologia Poliana Romeiro Wanderley, 28 anos, foi agredida por Renato Pereira Santos com um pedaço de pau, sem qualquer motivo aparente no estacionamento da Faculdade de Tecnologia, na Universidade de Brasília (UnB), às 10h. "Ele saiu de trás de um carro, olhou para mim e bateu com um porrete de 1,5 metro na minha cabeça", contou.

A pancada fez a estudante perder a visão por alguns momentos e entrar em desespero. "Eu gritei muito alto, pedi socorro. Alguns alunos escutaram meus chamados e vieram me ajudar", relatou Poliana. Estudantes conseguiram deter o agressor até a chegada da Polícia Militar. Encaminhado para a Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações (DRPI), Renato Pereira acabou liberado em seguida. A ocorrência foi registrada como lesão corporal. Um Termo Circunstanciado foi gerado e o agressor responderá em liberdade. O problema é que o morador de rua voltou para as proximidades da universidade. Alunos relataram tê-lo visto na Faculdade de Educação. Embora o fato tenha ocorrido na manhã de terça-feira, somente ontem o comunicado chegou ao Decanato de Assuntos Comunitários da UnB.

Morador de rua a atingiu com pedaço de madeira no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. Universidade elabora plano de segurança

Depoimento

"Na terça-feira, às 10h, eu estava no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. De repente, saiu esse rapaz de trás de um carro com um porrete na mão. O objeto tinha cerca de 1,5 metro, muito pesado. Ele parou na minha frente e me bateu na cabeça. Ele simplesmente me agrediu, não falou nada. Comecei a gritar e algumas pessoas que estavam próximas me socorreram. Outras foram atrás desse rapaz. Ele foi pego, preso e já foi solto. Disse que não sou a primeira mulher que ele ataca e que também não serei a última. Não consegui dormir à noite. Todas as vezes que eu fechava os olhos, o via parando na minha frente e me batendo. É a coisa mais dolorida do mundo saber que você não pode fazer nada. Uma pessoa vem, te bate gratuitamente, você está dentro de uma universidade e não tem segurança nenhuma. Eu não tenho coragem de voltar. Não sei o que vou fazer. A UnB tem que melhorar a segurança de alguma forma. Se eu estava dentro da universidade, a culpa é da UnB. Alguém tem que ser responsabilizado por isso. Se a pessoa que me bateu não for detida, ela vai agredir outras lá dentro."

Poliana Romeiro Wanderley, 28 anos, estudante do 1; semestre de museologia na UnB

Ouça entrevista com a universitária

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