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Tarifa zero divide especialistas; tema será discutido no DF na 2ª feira

Estimado em R$ 1,5 bilhão por ano, estudiosos acreditam que o passe livre é possível, enquanto outros consideram o sistema inviável. O tema voltará à mesa de discussão na próxima segunda-feira entre o GDF e os líderes do movimento

Helena Mader
postado em 21/06/2013 09:02

Rodoviária do Plano Piloto: a qualidade dos veículos e o valor da tarifa no DF são as principais queixas dos usuários. Novos ônibus chegam dia 28

A possibilidade de o governo adotar o sistema da tarifa zero em todos os meios de transporte público do Distrito Federal é alvo de críticas de especialistas no setor. Na última quarta-feira, o GDF anunciou que vai criar um grupo para analisar a viabilidade da implantação do passe livre na capital federal. A medida foi anunciada depois de uma reunião com militantes que lutam pela criação de um sistema gratuito de transporte. Segundo o governo, a medida teria um custo de R$ 130 milhões por mês, o equivalente a R$ 1,5 bilhão por ano.

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A maioria dos especialistas critica a ideia, porque os custos seriam pesados para a máquina pública. Para conseguir assegurar a gratuidade de todas as passagens, seria preciso tirar dinheiro de outras áreas ou criar novos impostos e taxas. ;Lançar esse debate agora é uma política oportunista, adotada apenas para conter o crescimento da crise que se instalou com as manifestações;, afirma o especialista em transportes da Universidade de Brasília Flávio Dias. ;Para que a tarifa fosse zero, seria preciso gastar o equivalente a um Estádio Nacional por ano. É um custo alto demais para a sociedade;, acrescenta.

O especialista em políticas públicas de transportes e pesquisador da UnB Artur Moraes lembra que a adoção da tarifa zero não é impossível, mas de difícil aplicação. ;Eu acho que adotar de uma vez o passe livre é complicado, porque o custo é muito alto. Mas o GDF poderia fazer isso gradualmente;, afirma Moraes. ;Se em vez de colocar R$ 130 milhões por mês o governo investisse como subsídio R$ 40 milhões mensalmente, seria possível dobrar o número de ônibus em circulação. E com 2 mil veículos a mais nas ruas, a qualidade aumentaria bastante;, opina o especialista.

Estimado em R$ 1,5 bilhão por ano, estudiosos acreditam que o passe livre é possível, enquanto outros consideram o sistema inviável. O tema voltará à mesa de discussão na próxima segunda-feira entre o GDF e os líderes do movimento

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