Adriana Bernardes
postado em 28/06/2013 06:02
[VIDEO1]A atuação da Polícia Militar nos seis protestos ocorridos no Distrito Federal, desde a abertura dos jogos da Copa das Confederações, foi equilibrada, na avaliação do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, e do comandante-geral da PM, coronel Jooziel de Melo Freire. Apesar das críticas de parte dos manifestantes do suposto uso excessivo da força, na última quarta-feira, eles garantem que o desempenho da PM ocorreu dentro do padrão de procedimentos para situações em que é necessário dispersar grandes grupos de pessoas.
Especificamente em relação ao episódio de quarta-feira, Avelar e o coronel Jooziel garantem que a corporação agiu após os militares ficarem 20 minutos sob ataque de garrafas d;água e rojões. A cúpula da segurança ressalta que os únicos feridos foram os militares (quatro, no total) e descartam a necessidade de abertura de inquérito policial administrativo para apurar supostos abusos. ;Não há razões, até o momento, para investigar a nossa atuação. Não teve feridos (de civis) e não recebemos nenhuma queixa na Corregedoria da PM sobre a ação policial nem há boletins de ocorrências na Polícia Civil. A atuação da PM tem sido exemplar e está sendo reconhecida pelo equilíbrio;, .
Entre as preocupações da Secretaria de Segurança está a de impedir os saques ocorridos em outras cidades brasileiras. ;Não vamos permitir que isso ocorra no Distrito Federal;, afirmou Avelar. Ele adiantou ainda que a estratégia de revista às pessoas, adotada no último protesto, que reuniu 5 mil pessoas na Esplanada, vai se repetir nas próximas manifestações e será feita também em todos os terminais de ônibus ;para impedir que os mal-intencionados cheguem ao Plano Piloto; com armas como as que foram apreendidas na quarta-feira, entre elas, facas, facões e coquetéis molotov.
Na ação da última quarta-feira, os militares fizeram uma barreira entre o Museu Nacional e a Rodoviária do Plano Piloto. Ao todo, 3,1 mil militares foram destacados para fazer a segurança. A decisão de reforçar o efetivo e fazer a revista pessoal foi após a quarta manifestação ocorrida na área central da capital, há uma semana, com 35 mil pessoas no Eixo Monumental. O protesto seguiu tranquilo até um grupo de vândalos começar o tumulto. Eles chegaram a atear fogo e quebrar vidraças do Palácio Itamaraty. Sete homens foram identificados como responsáveis pelos atos de vandalismo. Dois acabaram detidos pela Polícia Civil, mas foram liberados após prestarem depoimento.
Desafio
Para Sandro Avelar, o desafio da segurança pública nos protestos que têm se espalhado pelo Brasil é encontrar o equilíbrio de permitir a manifestação pacífica e impedir os atos de vandalismo e a violência. Ele destaca que o governo tem atuado em diversas frentes, inclusive abriu o diálogo com as lideranças dos movimentos. ;Sabemos que os organizadores são pessoas de bem, são bem-intencionadas e querem um movimento pacífico. Mas as próprias lideranças reconhecem que não têm qualquer controle sobre as pessoas infiltradas no momento para cometer vandalismo;, afirmou Avelar.
Outra dificuldade citada pelo secretário de Segurança é a falta de planejamento do movimento quanto à trajetória das marchas. ;Se estabelecessem um roteiro e mantivessem o trajeto, teríamos como dar mais segurança aqueles que estão lá legitimamente para reivindicar. Saberíamos que se um determinado grupo estivesse na Rua das Farmácias, por exemplo, estaria com outras intenções;, ressalta Avelar.