O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, com cerca de 400 mil toneladas anuais do fruto. O Distrito Federal, com uma produtividade média de 40 toneladas por hectare, supera em quase quatro vezes a média nacional de 11t/ha, e se coloca à frente da Bahia, do Espírito Santo e de Minas Gerais. O resultado alcançado pela cultura no Planalto Central favorece os agricultores familiares locais. Na capital federal, o cultivo do maracujá se estende por 180 hectares e é a principal atividade de 76 estabelecimentos rurais, dos quais 40 estão no Núcleo Rural Pipiripau, em Planaltina. A produção maior é sinônimo de lucros mais altos: no DF, o faturamento bruto de cada hectare chega a R$ 80 mil por ano ; R$ 55 mil se descontados os custos da produção.
Eles comercializam o fruto em feiras, supermercados, pequenas indústrias na região metropolitana do DF e vendem para a indústria de sucos concentrados Maguary, que fica em Araguari (MG). Cada quilo de maracujá é negociado por R$ 2, sendo que o custo de produção fica entre R$ 0,60 e R$ 0,70. ;A cultura de maracujá vem se destacando na agricultura familiar por causa da alta lucratividade, que só perde para a do tomate. No nosso blog, 77% das perguntas feitas dizem respeito ao maracujá;, afirma o agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), Geraldo Gontijo, que também é produtor no Piripipau. ;Aqui na chácara, é o maracujá que mantém a renda o ano todo, já que a produção só cai em junho e julho por causa do frio;, completa.
Gontijo enumera quatro motivos para a produtividade do fruto ser mais alta na capital do país. O primeiro deles é o espaçamento adensado das plantas. Normalmente, 670 pés são plantados por hectare e a Emater orienta que o agricultor coloque de 2,5 mil a 4 mil pés a cada hectare aqui no DF. Além disso, o DF é a primeira unidade da Federação a produzir maracujás em estufa, o que protege a planta do vento e das variações do clima. Os produtores da capital também cultivam espécies adequadas ao cerrado e usam tecnologias como irrigação e polinização manual. ;Cerca de 40% dos produtores são mulheres e elas são mais habilidosas para o processo manual. Quando a mão de obra é feminina, o rendimento é o dobro;, explica o agrônomo da Emater.