Cidades

Formosa se transformará em maior centro de lançamentos de foguetes bélicos

As obras começam neste semestre, ao custo de R$ 1,2 bilhão, e prometem impulsionar ainda mais o setor da construção civil no município

Renato Alves
postado em 07/07/2013 06:00
Lenine Godinho constrói o primeiro hotel: aposta no aumento da demanda
Formosa começou a ser ocupada por pequenos comerciantes no século 18, quando era ponto de passagem para tropeiros. Quase 300 anos depois, a cidade goiana, distante 75km de Brasília, é um grande celeiro de grãos. E, depois das mulas dos viajantes, do gado dos grandes fazendeiros do século passado e das máquinas agrícolas de hoje, objetos voadores identificados começam a fazer parte do cenário. Abandonado por décadas, o aeródromo local está ficando pequeno para tantos helicópteros e aviões de pequeno porte vindos do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek em decorrência das altas taxas e da falta de hangares. Se não bastasse, o município de 102 mil habitantes vai se transformar no maior e mais moderno centro de lançamentos de foguetes bélicos do país.

Em Formosa, fica o 6; Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes e Campo de Instrução do Exército Brasileiro (6; GLMF). Nas dependências da unidade, serão construídas outras duas, especializadas em mísseis e foguetes e destinadas a operar o Astros 2020, uma das sete prioridades estratégicas no processo de modernização da força terrestre do Exército (leia Para saber mais). Chamada de Forte de Santa Bárbara, a nova base receberá o avançado míssil AV-TM, de fabricação nacional, com alcance de até 300 quilômetros e lançado por terra, de blindados. As obras, segundo o Exército, começam neste semestre, com conclusão prevista para 2018 e um custo total de R$ 1,246 bilhão.

O projeto vai criar 6,6 mil empregos diretos e indiretos em empresas instaladas no estado de São Paulo, onde será desenvolvida a tecnologia e fabricado o foguete. O Exército também estima que cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos serão gerados na área da construção civil em Formosa, com a ampliação da unidade de lançamento de foguetes e a edificação de vilas militares na área urbana. Quando tudo estiver pronto, haverá um acréscimo de 1,5 mil militares no efetivo do 6; GLMF, que atualmente tem pouco mais de 200. Sonhando com esses números, empresários locais e de Brasília, principalmente do setor imobiliário, já fazem grandes investimentos no município goiano.

Hotéis e lotes

Dono de dois motéis em Formosa, Lenine José Godinho, 53 anos, agora constrói seu primeiro hotel na cidade para onde se mudou há 18 anos. Erguido a toque de caixa, o prédio terá 61 suítes. Previsto para ser concluído no próximo ano, será o maior e mais moderno do município. ;Formosa tem um deficit enorme de quartos e de qualidade em seus hotéis. Os empresários e representantes das firmas do setor agrícola que têm clientes aqui, muitas vezes, preferem se hospedar em Brasília, mesmo com a distância. Por isso, não temo em colocar boa parte do meu dinheiro nesse empreendimento;, afirma. Ele aposta que a demanda vai aumentar muito mais com os investimentos do Exército e de indústrias nacionais e multinacionais, como uma fábrica de cimento prestes a abrir uma unidade em Formosa.
As obras começam neste semestre, ao custo de R$ 1,2 bilhão, e prometem impulsionar ainda mais o setor da construção civil no município

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