Um contrato emergencial com uma empresa de ônibus, um terminal rodoviário destruído e uma farmácia popular saqueada e depredada. Esse foi o saldo das manifestações ocorridas, nessa segunda-feira, em Santo Antônio do Descoberto (GO). Mais uma vez, os moradores se revoltaram contra o Executivo municipal frente à falta de investimentos em diversos setores e, principalmente, em relação ao precário serviço de transporte interestadual, explorado pela empresa Taguatur, que pretendia elevar de R$ 4,35 para R$ 4,90 o valor da tarifa. Em janeiro de 2011, pelo mesmo motivo, os manifestantes enfrentaram a Polícia Militar de Goiás. O embate levou o pároco da cidade, padre Marcelo Vieira Júnior, a abrigar dentro da igreja pessoas que fugiam da ação repressiva dos PMs (leia Memória).
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Dessa vez, os moradores pararam a cidade por cerca de 15 horas. Eles reclamam da lotação nos ônibus e da longa demora nas paradas do Distrito Federal para voltar para casa. A espera por um coletivo no fim do expediente pode chegar a duas horas. A prefeitura da cidade se reuniu, na manhã de ontem, com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que deu um prazo de 35 dias a fim de que o governo do município apresente uma empresa para um contrato emergencial. A marca explorará as linhas interestaduais com a Taguatur por seis meses, tempo hábil para o município promover uma licitação pública e contratar uma segunda companhia. O prefeito, Itamar Lemes do Prado, prometeu que a passagem cairá de R$ 4,35 para R$ 3,50. Ele garantiu que era boato a possibilidade de reajuste datarifa, que teria inflamado ainda mais os protestos de anteontem.