Assustada com os clamores sociais por mais coerência política no país, a Câmara Legislativa reforçou a segurança no entorno do prédio, mas o silêncio dos manifestantes nos últimos dias encorajou os integrantes da Mesa Diretora a adiarem decisões importantes. A principal delas, referente aos pedidos de investigação contra os deputados Benedito Domingos (PP), Aylton Gomes (PR) e Rôney Nemer (PMDB), ficará para agosto, na volta dos trabalhos legislativos. Na tarde de ontem, um novo requerimento foi apresentado solicitando a abertura de processo por quebra de decoro contra Benedito e, segundo a Mesa, um outro pedido será entregue ainda esta semana em relação a Aylton. Os três parlamentares acabaram condenados por envolvimento no suposto esquema de pagamento de propinas em troca de apoio político ao Executivo, entre 2007 e 2009, na Câmara, fruto da Operação Caixa de Pandora.
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A apresentação de novos pedidos de investigação foi, inclusive, a desculpa do vice-presidente da Mesa Diretora, Agaciel Maia (PTC), para não decidir o impasse quanto ao processo. Isso porque, na última semana, o presidente da Câmara convocou reunião para deliberar sobre o assunto, mas não houve quórum. Agaciel pode ter voto de minerva sobre o rumo dos casos, já que o próprio presidente, Wasny de Roure (PT), e o segundo-secretário, Israel Batista (PEN), se posicionaram pela análise ainda em período de recesso. Eliana Pedrosa (PSD) não participou do encontro sob a alegação de que todos os distritais deveriam estar presentes. Aylton não vai votar, porque é parte interessada.