Adriana Bernardes
postado em 15/07/2013 06:15
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) aplicou, até junho deste ano, apenas 17,9% em educação de trânsito daquilo que é arrecadado em multas. Por lei, o dinheiro deve ser destinado exclusivamente para a área. No ano passado, a proporção foi de 27,4%. Do montante geral da arrecadação com infrações, os números para ações educativas são irrisórios: 2,31% este ano e 2,34% em 2012. A falta de atenção com o setor, que é uma das bases fundamentais do trânsito ; ao lado da fiscalização/punição e engenharia ;, ocorre à revelia da legislação. A lei prevê a estruturação da educação para o trânsito em todos os níveis de ensino desde 1997, quando foi aprovado o Código de Trânsito Brasileiro.
Enquanto tragédias não param de matar pessoas nas ruas e rodovias de Brasília e do Brasil, os órgãos oficiais insistem em iniciativas tímidas e isoladas que não têm surtido o efeito esperado. E as escolas do DF continuam sem um ensino sistematizado voltado para a mobilidade urbana. No mundo ideal, as três bases do tripé que sustenta o trânsito deveriam funcionar integralmente, já que uma depende da outra. ;Se uma delas falhar, não teremos efetividade. O que vai ocorrer é um descontrole da situação. Brasil afora, as administrações optam por priorizar uma ou outra área, como fiscalização ou engenharia, mas dificilmente a educação está na linha de frente;, aponta o coordenador da regional Centro-Oeste da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Antenor Pinheiro, perito especialista em crimes de trânsito. ;Então, não estamos formando bons condutores e pedestres desde sua base. E o que acontece? Um tripé manco não se sustenta e por isso o trânsito mata cada vez mais;, continua.