Helena Mader
postado em 02/08/2013 06:00
Os deputados distritais voltaram ontem ao trabalho em clima de apreensão. Na próxima quarta-feira, os integrantes da Mesa Diretora vão se reunir para apreciar o parecer da Procuradoria da Casa, que defende a reabertura de processos contra três deputados envolvidos em denúncias de corrupção. A edição de ontem do Diário da Câmara Legislativa trouxe uma novidade que elevou ainda mais as especulações em torno do caso: o procurador-geral da Casa, Sidraque Monteiro Anacleto, foi exonerado do cargo. Ele será substituído por Sérgio Luiz da Silva Nogueira, que, a exemplo do antecessor, é funcionário de carreira do Legislativo local. Sidraque e o presidente da Câmara, Wasny de Roure (PT), negam que a mudança no comando da procuradoria tenha cunho político e evitam relacionar a exoneração à emissão do parecer. Mas, por conta da tensão dos parlamentares acusados e dos colegas, o caso foi o principal assunto no primeiro dia de expediente dos deputados.
Aylton Gomes (PR) e Rôney Nemer (PMDB) foram condenados por improbidade administrativa em junho (leia Na mira). Foram considerados culpados de receber mesada do Executivo para votar de acordo com interesses do governo e são apontados como integrantes do esquema de corrupção liderado por Durval Barbosa. Em julho, saiu a sentença contra Benedito Domingos (PP) pelas mesmas acusações. As investigações internas contra o trio estavam suspensas havia quase três anos, sob a alegação de que seria preciso primeiro aguardar uma posição do Judiciário. As condenações motivaram representações populares, que pedem a reabertura dos processos contra Aylton, Benedito e Rôney. O caso de Raad Massouh (PPL) já está na Comissão de Ética da Casa.
Almoço
Na última quarta-feira, os deputados que compõem a base aliada do GDF se reuniram em um almoço com o governador Agnelo Queiroz para tratar do semestre legislativo, e o caso das representações entrou na pauta da conversa. Os distritais destacaram a necessidade de estarem unidos diante das pressões que se acentuarão com o fim do recesso. Houve um pacto de salvação. Rôney reclamou bastante da atuação de Sidraque à frente da Procuradoria e, principalmente, do parecer a favor da retomada dos processos, segundo relato de deputados que estavam na reunião.
Ao Correio, Sidraque disse que pediu para sair e negou que isso tenha relação com a situação dos três deputados condenados. ;Não ocorreu nenhuma pressão. Solicitei a exoneração por motivos pessoais;, conta o servidor, que está na Casa há 20 anos. ;Quem analisou os casos foi uma colega da procuradoria. Eu só aprovei esse parecer;, acrescenta. Wasny seguiu a mesma linha. ;Não foi nada político. Ele é um procurador de carreira, mas pediu para se afastar por questões familiares;, justificou.
A matéria completa está disponível para assinantes . Para assinar, clique .
[VIDEO1]