Maior acidente ambiental de Brasília, a contaminação do lençol freático pelo vazamento do posto Brazuca, em Sobradinho, expulsou os moradores de uma vila, intoxicou crianças, adultos e idosos, e levou alguns até a deixarem o país em busca de tratamento e emprego. Em um dos casos, pai, mãe e filha se mudaram para os Estados Unidos. Ainda hoje, sem nunca terem sido indenizados, os três sofrem de severas dores articulares e problemas neurológicos, além de outras doenças, que médicos brasileiros e norte-americanos creditam ao contato com produtos químicos provenientes dos tanques de onde escapou combustível.
Apesar de o dono do posto ter alertado a Petrobras Distribuidora (BR) sobre o vazamento nos tanques do Brazuca em 1995, o caso só veio à tona em 2002, quando o Ibama interditou o estabelecimento pela primeira vez, após denúncias dos moradores de uma chácara vizinha, a 200m do posto. Integrantes de seis famílias, que consumiam água de poços artesianos, começaram a passar mal. Sentiam náusea e dor de cabeça. Exames de sangue comprovaram a intoxicação em algumas pessoas.
Entre as famílias que tiveram interrompido o sonho de viver em harmonia com a natureza, estavam os três brasileiros que hoje moram nos Estados Unidos. Um ano após a constatação da contaminação do lençol freático, a mãe teve parte de uma das mamas retirada por causa de uma infecção. Ela amamentou a filha entre 1999 e 2001, quando morava na Vila Rica. Enquanto a mulher combatia a infecção, a criança sofreu inflamação que fez as amígdalas apodrecerem. O problema só foi resolvido quando a menina tinha 4 anos e um médico, enfim, detectou a causa das tosses intermináveis.
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