Jornal Correio Braziliense

Cidades

Último acusado de espancar jovem reconhece dois réus envolvidos em briga

Alexandre Pedro do Nascimento foi o único réu a responder as questões do Ministério Público



Alexandre disse que saiu do carro para apartar a briga e reconheceu apenas Francisco e Fernando entre as pessoas que espancaram a vítima. O réu ainda afirmou ter visto entre oito e dez pessoas baterem em Neneco.

Após o depoimento de Alexandre, foi iniciada uma sessão de debates no plenário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Francisco Edilson Rodrigues de Sousa Júnior foi o terceiro suspeito a depor e respondeu a todas as perguntas dos jurados e da defesa, mas se recusou a responder às questões do Ministério Público.

Francisco se ausentou da sala do tribunal por algum tempo, mas como já havia se negado as reponder as perguntas, o Ministério Público prosseguiu o julgamento. Enquanto Francisco estava depondo, a mãe de Neneco, que chorava bastante, sentiu-se mal e teve que sair do tribunal.

Edson de Almeida Teles Júnior foi o segundo a depor e negou ter batido em Ivan, porém admitiu ter corrido atrás de Luiz Alberto Ferreira, amigo de Neneco que saiu vivo da confusão. O réu disse ainda que não sabe se o soco que deu atingiu Ferreira.

[SAIBAMAIS]O primeiro a prestar depoimento nesta quarta foi Fernando Marques Róbias, vulgo Lacraia. Ele se recusou a responder as perguntas do Ministério Público e só responde às questões do juiz e dos jurados.

Fernando negou que tenha agredido Neneco de forma desproporcional: "Em nenhum momento eu queria sair da minha casa para matar alguém". Ele entrou em contradição com relação às pessoas que estavam no carro e afirmou que só ele e Franciso Edilson Rodrigues de Souza Júnior agrediram Ivan.

Até a noite desta terça-feira (6/8), dez testemunhas, entre acusacão e defesa já tinham sido ouvidas pela Justiça.

A namorada de Neneco, Paula Carneiro Miranda, também foi ouvida e confirmou o depoimento que deu em 2006. Ela disse que viu dois dos cinco acusados saindo do carro na hora que a briga começou. Paula não deu mais detalhes porque logo em seguida entrou no carro para ligar para a polícia.


Os suspeitos respondem perante júri popular por homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Fernando Lacraia também responderá por lesão corporal a Luiz Alberto. O suspeito Thiago Martins será julgado separadamente, pois teve o processo desmembrado em virtude de nova condenação penal ocorrida em 2007.

Entenda o caso

Neneco, saiu com a namorada e amigo Luiz Alberto que estava fazendo aniversário para a boate Fashion Clube. Ao sairem da casa noturna, o trio teve de trocar o pneu do carro que estava vazio. Segundo testemunhas eles foram surpreendidos pelo carro de Fernando Lacraia, que vinha de ré rapidamente em direção a eles. Para alertar o perigo de colisão, Luiz Alberto teria dado um toque no vidro do carro em que se encontravam os suspeitos. Dois deles teriam descido do veículo para tirar satisfação.

Segundo a acusação, Lacraia teria iniciado uma série de golpes nas costas de Luiz Alberto. Quando ele tentou fugir, o suspeito deu vários socos na cabeça, no ouvido e na nuca de Luiz, até derrubá-lo. Enquanto isso, os outros suspeitos saíram do carro e começaram a espancar Neneco, atingindo-o principalmente na cabeça e no peito, de acordo com a denúncia.

A promotoria afirma que os suspeitos continuaram o ataque contra Neneco mesmo caído e desmaiado, sem condições de reagir. Pessoas que passavam pelo local chamaram a polícia e o Corpo de Bombeiros, e gritavam para que os suspeitos parassem com o ataque.

Neneco foi hospitalizado, passou por diversas cirurgias e, após nove dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), faleceu. Segundo a denúncia, os suspeitos eram capoeiristas e profissionais de lutas, alguns até professores.

Com informações de Mara Puljiz.