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Sentença de acusados de agredir jovem deve sair na quinta-feira

Julgamento do Caso Neneco será retomado amanhã com a alegações finais da defesa e da acusação

postado em 07/08/2013 21:31
O julgamento dos acusados de matar Ivan Rodrigo da Costa, o Neneco, foi encerrado por volta das 21h desta quarta-feira (7/8). O júri popular será retomado na quinta-feira (8/8), com alegações finais da defesa e da acusação. A expectativa é de que a decisão dos jurados seja conhecida ainda amanhã.

Nesta quarta, foram ouvidos quatro dos cinco acusados da morte de Neneco. Alexandre Pedro do Nascimento, Fernando Marques Róbias, vulgo Lacraia, Francisco Edilson Rodrigues de Sousa Júnior, Thiago Martins de Castro, Edson de Almeida Teles Júnior respondem por homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Thiago Martins será julgado separadamente, pois teve o processo desmembrado em virtude de nova condenação penal ocorrida em 2007.

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Alexandre Pedro do Nascimento foi o último réu a depor e o único a responder todas as questões do Ministério Público. Alexandre disse que saiu do carro para apartar a briga e reconheceu apenas Francisco e Fernando entre as pessoas que espancaram a vítima. O réu ainda afirmou ter visto entre oito e dez pessoas baterem em Neneco.

Após o depoimento de Alexandre, foi iniciada uma sessão de debates no plenário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Francisco Edilson Rodrigues de Sousa Júnior foi o terceiro a depor e respondeu a todas as perguntas dos jurados e da defesa, mas se recusou a responder às questões do Ministério Público.


Francisco se ausentou da sala do tribunal por algum tempo, mas como já havia se negado as reponder as perguntas, o Ministério Público prosseguiu o julgamento. Enquanto Francisco estava depondo, a mãe de Neneco, que chorava bastante, sentiu-se mal e teve que sair do tribunal.

Edson de Almeida Teles Júnior foi o segundo a depor e negou ter batido em Ivan, porém admitiu ter corrido atrás de Luiz Alberto Ferreira, amigo de Neneco que saiu vivo da confusão. O réu disse ainda que não sabe se o soco que deu atingiu Ferreira.

O primeiro a prestar depoimento foi Fernando Marques Róbias, vulgo Lacraia. Ele se recusou a responder as perguntas do Ministério Público e só responde às questões do juiz e dos jurados.

Fernando negou que tenha agredido Neneco de forma desproporcional: "Em nenhum momento eu queria sair da minha casa para matar alguém". Ele entrou em contradição com relação às pessoas que estavam no carro e afirmou que só ele e Franciso Edilson Rodrigues de Souza Júnior agrediram Ivan.

A namorada de Neneco, Paula Carneiro Miranda, também foi ouvida e confirmou o depoimento que deu em 2006. Ela disse que viu dois dos cinco acusados saindo do carro na hora que a briga começou. Paula não deu mais detalhes porque logo em seguida entrou no carro para ligar para a polícia.

Entenda o caso

Neneco, saiu com a namorada e amigo Luiz Alberto que estava fazendo aniversário para a boate Fashion Clube. Ao sairem da casa noturna, o trio teve de trocar o pneu do carro que estava vazio. Segundo testemunhas eles foram surpreendidos pelo carro de Fernando Lacraia, que vinha de ré rapidamente em direção a eles. Para alertar o perigo de colisão, Luiz Alberto teria dado um toque no vidro do carro em que se encontravam os suspeitos. Dois deles teriam descido do veículo para tirar satisfação.

Segundo a acusação, Lacraia teria iniciado uma série de golpes nas costas de Luiz Alberto. Quando ele tentou fugir, o suspeito deu vários socos na cabeça, no ouvido e na nuca de Luiz, até derrubá-lo. Enquanto isso, os outros suspeitos saíram do carro e começaram a espancar Neneco, atingindo-o principalmente na cabeça e no peito, de acordo com a denúncia.

A promotoria afirma que os suspeitos continuaram o ataque contra Neneco mesmo caído e desmaiado, sem condições de reagir. Pessoas que passavam pelo local chamaram a polícia e o Corpo de Bombeiros, e gritavam para que os suspeitos parassem com o ataque.

Neneco foi hospitalizado, passou por diversas cirurgias e, após nove dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), faleceu. Segundo a denúncia, os suspeitos eram capoeiristas e profissionais de lutas, alguns até professores.

Com informações de Mara Puljiz.


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