Cidades

Diante de fiscais e policiais, camelôs vendem aparelhos contrabandeados

Na Rodoviária do Plano Piloto, eles anunciam os produtos por menos da metade do preço das lojas. Ausência de punição mais rigorosa aos receptadores favorece o crime

Renato Alves
postado em 11/08/2013 08:19
Homens mostram aparelhos a interessados, na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto: celulares mais caros ficam nos carros

Ao passar pela Rodoviária do Plano Piloto, você certamente será abordado por ao menos um estranho oferecendo telefone celular de última geração a preço excepcional. Tem até por R$ 100. Mas não se empolgue. O aparelho é fruto de contrabando ou roubo. No entanto, a venda criminosa é feita a qualquer hora, à vista de fiscais e policiais militares, a poucos metros do centro do poder nacional. Como o negócio é altamente lucrativo e quase não há repressão, camelôs e receptadores de produtos furtados transformaram a plataforma superior da Rodoviária em uma espécie de feira de celulares irregulares. Em fila, eles exibem os aparelhos, de todas as marcas, modelos, tecnologias, cores e preços. Os mais caros ficam guardados em carros parados no estacionamento público perto.



Na tarde em que uma equipe do Correio permaneceu na Rodoviária flagrando o comércio ilegal, havia ao menos 15 homens vendendo smartphones. Eles estavam em fila, um ao lado do outro. Nem era preciso perguntar pelos aparelhos. Ofereciam a todos que passavam à frente. Tão à vontade que detalharam ao repórter as vantagens de cada modelo. Com a concorrência, eles também anunciavam descontos em aparelhos já muito baratos. Um Samsung Galaxy Y Duoz, com TV Digital, saía a R$ 200, por exemplo. Na loja, ele custa R$ 400, em média. Já um LG Optimus L3, que, no comércio formal, é vendido a mais de R$ 350, ali podia ser levado por R$ 150.

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