Basta um minuto de desatenção e, num piscar de olhos, elas somem. Às vezes, as crianças se afastam dos pais ao se sentirem atraídas por algo, para brincar ou, simplesmente, por distração. Então, começa o desespero. O aperto de perder um filho em um lugar público faz parte das histórias contadas por pais e mães brasilienses. Os lugares mais comuns são shoppings, supermercados e feiras, principalmente em datas comemorativas. Especialistas afirmam que o diálogo, a paciência e até pulseirinhas com identificação podem ser saídas para ajudar os pais. Na busca por segurança, algumas famílias adotam a mochila-guia.
Nem sempre os estabelecimentos registram o número de crianças perdidas. Em algumas ocasiões, não dá tempo de elas serem encaminhadas por um segurança, brigadista ou algum funcionário a um espaço próprio para serem encontradas em segurança. Só no Conjunto Nacional, de janeiro a agosto, foram 25 casos computados. No Taguatinga Shopping, a média é de 12 ocorrências por ano. Assim como os outros centros comerciais da cidade, os dois estabeleceram táticas para ajudar os pais a não perderem os filhos de vista, mesmo quando desejam correr, pular e brincar em um lugar que não conhecem. ;Em dias de muito movimento, distribuímos pulserinhas com nome do responsável, idade da pessoa e telefone. Se acontecer algo, entramos em contato com a família imediatamente;, afirmou a gestora de Atendimento do Conjunto Nacional, Vânia Bellettine.
A servidora pública Ivana Lomazzi Fontenele Fialho, 29 anos, não sabia o que fazer ou dizer ao achar a filha. Maria Eduarda tinha 4 anos, no fim do ano passado, quando se perdeu dos pais. Ivana e o marido, Danilo Fialho, 33, estavam no shopping com ela, quando decidiram sacar dinheiro no caixa eletrônico. ;A gente se enrolou com as senhas de letras, que tínhamos acabado de trocar. Quando olhei para trás, cadê a Maria Eduarda?; Ivana estava grávida de 9 meses e a cena chamou a atenção dos que estavam no local. ;Vieram os guardas, alguns pediam para eu ficar calma, mas só pensava que poderia nunca mais ver a minha filha, que alguém a tinha pegado. Foi desesperador;, disse. Foram 15 minutos de agonia, que, para a mãe, pareceram ser anos. ;Quando vimos, ela estava atrás do caixa eletrônico morrendo de rir, como se nada tivesse acontecido;, contou.
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