Helena Mader
postado em 20/08/2013 06:00
Os recursos gastos pela Câmara Legislativa com combustíveis no primeiro semestre deste ano são suficientes para cada parlamentar rodar pelo menos 9 mil quilômetros por mês. O número, divulgado na edição de ontem do Correio, chama a atenção especialmente de trabalhadores que passam boa parte do dia ao volante. A reportagem conversou com taxistas que atuam na capital e os valores movimentados pelos distritais impressionaram esses profissionais. A maioria não chega a rodar metade do que circula um deputado distrital. As despesas com combustível da Câmara Legislativa estão em alta: de janeiro a junho deste ano, os parlamentares gastaram R$ 327,3 mil no semestre, valor 7% superior ao registrado no mesmo período de 2012.
Cientistas políticos e especialistas em gastos públicos defendem mais transparência na divulgação das despesas dos parlamentares, para que as notas fiscais publicadas no site da Casa sejam acompanhadas de detalhes sobre o uso dos recursos. O valor total gasto com cota parlamentar no primeiro semestre deste ano foi de R$ 1,88 milhão, montante 27% maior do que o mesmo período do ano anterior. Os gastos com combustíveis representam 17,3% da despesa total realizada com dinheiro da verba indenizatória. O custo dessa compra é o que mais chama a atenção na prestação de contas. Com o dinheiro gasto, cada deputado poderia viajar entre os extremos do país mensalmente.
Diretor do Sindicato dos Taxistas do DF, Milton Neri de Almeida ficou surpreso de saber que cada gabinete torrou, em média, R$ 13,6 mil no semestre com gasolina, o suficiente para rodar 9 mil quilômetros por mês. ;Um taxista que trabalha o dia inteiro roda, em média, 250 quilômetros por dia. Ou seja, um profissional que passa o dia todo ao volante vai rodar no máximo 5,5 mil quilômetros mensalmente. É um absurdo os deputados gastarem esses valores tão altos. Eles não rodam o dia inteiro;, comenta Milton. ;Acho que nem se eles andassem apenas de táxi gastariam tanto. Deveriam recorrer mais aos nossos serviços, seria mais barato para os cofres públicos e beneficiaria a nossa categoria;, brinca o motorista.
A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique