Ela lembra a data de nascimento dos filhos e dos netos, faz contas sem precisar de papel ou de máquina de calcular. Nunca fica doente nem toma remédios. Lê sem o auxílio dos óculos e, com um sorriso fácil no rosto, faz questão de arrumar os cabelos e as unhas para receber visitas. Quem conversa com Lígia de Oliveira e Silva custa a acreditar que amanhã ela vai completar 107 anos. ;Sempre fui feliz. Na minha vida, aceitei as coisas do jeito que elas vieram;, ensina. Mãe de cinco filhos, com 11 netos e 27 bisnetos, a senhorinha de cabelos brancos ainda pretende testemunhar o nascimento de um tataraneto.
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Todos os dias, Lígia acorda por volta das 8h e faz questão de arrumar a própria cama. Também toma banho e se veste sozinha. Até pouco tempo, a moradora da Quadra 416 da Asa Sul gostava de caminhar pelas ruas do bairro. Porém, mais de um século depois do nascimento, em Belo Horizonte, as pernas dela começaram a perder a força. ;Acho que deve ser a idade;, brinca. Apesar de não ter mais o mesmo vigor, fica no sol diariamente e não tem qualquer problema de saúde. Pressão, coração e memória funcionam perfeitamente. No ano passado, teve de enfrentar um grande desafio. Foi submetida a uma cirurgia para tratar a catarata que atingia os dois olhos. Ao se ver no espelho novamente, espantou-se. ;Quase caio para trás de tão feia e velha que eu estava;, conta, aos risos.