Naqueles tempos, eixo se referia à peça que ligava as rodas do carro de boi. Tesourinhas havia às centenas, mas essas voavam pelo céu do cerrado. Plano era o cenário pelo qual passaram tantos escravos, bandeirantes, garimpeiros e tropeiros, para quem Norte, Sul, Sudoeste e Noroeste significavam apenas pontos cardeais apontados pela bússola. Brasília, porém, já estava ali.
Que ninguém se deixe enganar pelas linhas arquitetônicas modernas e os prédios de concreto da cidade. O Brasil colonial está entranhado no DF e no seu entorno. Seja nos pilares do altar da Igreja de São Sebastião, em Planaltina, seja na cicatriz deixada pelo garimpo em um morro da região de Saia Velha, a 35km da Esplanada dos Ministérios, por toda parte, existem marcas de um passado com quase 300 anos, há muito tempo sufocado pelo sonho da capital futurista.
Essa Brasília da qual poucos se lembram corria o risco de ficar engavetada no Rio de Janeiro. No Arquivo Central do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan), há centenas de fotografias tiradas entre as décadas de 1940 e 1970 por arquitetos do órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Não se sabe por que os técnicos visitaram a região e fizeram registros fotográficos das edificações, mas é certo que o trabalho realizado, mais de meio século atrás, constitui um rico acervo, agora disponível no Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF).
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