Cidades

OAB pede apuração sobre conduta da PM nas manifestações do 7 de Setembro

Relatório assinado pela vice-presidente da Comissão, Indira Quaresma, afirma que os integrantes das comissões de Direitos Humanos, Prerrogativas e Ciências Criminais e Segurança Pública foram testemunhas oculares dos erros da PM

postado em 09/09/2013 19:07

Capitão Bruno, do BPChoque no vídeo que viraliza nas mídias sociais

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou ofícios à Secretaria de Segurança Pública do DF e à Procuradoria-Geral do Distrito Federal e Territórios pedindo a apuração dos inúmeros relatos referentes a ação - descrita pelo órgão como "truculenta" - da Polícia Militar durante os protestos de 7 de Setembro. Um dos fatos em que solicita esclarecimentos é o do pelos manifestantes sobre o motivo de ter o disparado gás de pimenta na imprensa e na população.

No vídeo, o policial disse que o fez "porque quis; e, ainda, que o manifestante que gravou as imagens poderia denunciar o caso à corregedoria, demonstrando descaso com o princípio da dignidade humana e ao Estado Democrático de Direito, visto que sua conduta foi truculenta, desnecessária e em excesso.

Os ofícios solicitam apuração das responsabilidades pela ação excessiva e a garantia de que a conduta dos policiais militares, em total desrespeito ao princípio da dignidade humana e ao Estado Democrático de Direito, não se repita.

O relatório assinado pela vice-presidente da Comissão, Indira Quaresma, afirma que os integrantes das comissões de Direitos Humanos, Prerrogativas e Ciências Criminais e Segurança Pública foram testemunhas oculares dos erros da PM. ;Se ainda não conseguimos chegar ao patamar de manifestações inteiramente pacíficas, já deveríamos ter chegado ao patamar de uma polícia que saiba respeitar o ser humano;, diz.

Indira afirma ainda que não se refere somente ao tratamento dispensado à imprensa, atacada com spray de pimenta, ou aos manifestantes atacados com jatos de água ou bombas de gás lacrimogêneo, que é de conhecimento do público em geral. ;Refiro-me principalmente ao tratamento humilhante e degradante que sofreram as pessoas detidas e encaminhadas à Delegacia de Polícia Especializada (DPE) e à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Refiro-me a algumas atitudes da polícia inaceitáveis no nosso atual estágio de democracia, como a falta de identificação dos policiais, principalmente da Rotam, que eu pude verificar quando cheguei, por volta das 17h30, à DPE. Nossos advogados, que estavam atuando na DPE, já haviam constatado e alguns dos detidos também relataram;, relatou.

O documento também destaca que, na maioria dos casos, o policial que efetuou a prisão não foi o mesmo que conduziu os detidos até a DPE e que algumas pessoas foram detidas sem serem informadas por qual razão. No balanço geral, foram 38 adultos detidos na DPE e 14 menores na DCA. Todos foram liberados.

[VIDEO1]

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação