Cidades

40 anos depois, morte de Ana Lídia ainda mexe com o imaginário brasiliense

No Dia de Finados, o túmulo é um dos mais visitados. No Parque da Cidade, a principal área de lazer leva o nome dela

postado em 14/09/2013 07:09
O abandono do Setor A da Quadra 253, no Campo da Esperança, contrasta com a sepultura de Ana Lídia

Em dezembro de 1977, depois de serem absolvidos por faltas de provas do sequestro e da morte da pequena Ana Lídia, Álvaro Henrique Braga e Raimundo Lacerda Duque tentaram reconstruir a vida. Enquanto o bárbaro crime voltou a ser investigado pela polícia, o irmão da vítima começou a estudar para o vestibular e o funcionário do Departamento de Serviço de Pessoal passou a cumprir pena de três anos e sete meses de prisão por falsificação de documentos. Nessa época, no entanto, a história da menina loira, de cabelos compridos e olhos azuis, raptada da escola Madre Carmen Salles, na 604 Norte, e encontrada morta no dia seguinte, já fazia parte do imaginário dos brasilienses.

Quarenta anos depois, as misteriosas circunstâncias que envolveram a tragédia permanecem intocadas na memória de quem vive na capital. Alguns acreditam que Ana Lídia é santa. Apesar de a família dela ter se mudado de Brasília para o Rio de Janeiro pouco tempo depois de encerrado o processo, o túmulo da criança. O mármore branco segue limpo. Há flores, velas, imagens, fotografias, terços e placas de agradecimento por graças alcançadas.

Segundo funcionários do local, muitas pessoas cuidam do local. ;Essa menina é milagreira, pelo menos é o que muita gente diz;, garantiu um senhor que, na tarde ontem, limpava uma sepultura próxima. À exceção do sepulcro da garota, a sensação no Setor A da Quadra 253, do Cemitério Campo da Esperança, é de abandono: lápides e cruzes quebradas, nomes apagados e porta-retratos destruídos.

No Dia de Finados, em 2 de novembro, a peregrinação pelo local é intensa, e as homenagens à ;santinha; multiplicam-se. Os devotos costumam depositar brinquedos ; em especial, bonecas Susi, que Ana Lídia carregava quando foi sequestrada ;, bichos de pelúcia e balões coloridos. A boneca, o estojo e os livros da menina foram encontrados pela polícia próximos ao local onde estava o corpo, mas o vestido branco e azul e as sandálias vermelhas que ela usava nunca apareceram.

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