Adriana Bernardes
postado em 14/09/2013 07:55
Senha do banco, do e-mail e das redes sociais. Combinações para acessar o computador do trabalho e até para usar o próprio aparelho de celular. Letras e números que, em tese, deveriam assegurar a privacidade do usuário da rede mundial de computadores e também durante as operações financeiras em caixas eletrônicos. Mas a realidade é que o número de pessoas com a privacidade devassada ; e até com prejuízo financeiro após ação dos criminosos ; tem aumentado no Distrito Federal. De janeiro a julho deste ano, o Instituto de Criminalística da Polícia Civil investigou 780 casos, 20% a mais do que todos os registros de 2012 e 82,6% na comparação com 2011.
A estudante de biomedicina Aline Magalhães, 24 anos, teve o cartão de débito clonado há cerca de três anos. Os bandidos sacaram todo o dinheiro da conta. ;Eu tinha acabado de receber férias, 13; e o pagamento do mês. Tiraram tudo. Descobri ao tentar pagar as contas. O saldo estava zerado;, relata. O pior estava por vir. Orientada por um amigo que também havia sido vítima do mesmo crime, ela fez um boletim de ocorrência e procurou o banco.
Na agência, Aline disse ter sido recebida com má vontade pelo gerente. ;Ele ficou todo desconfiado. Fui maltratada. Abriram uma investigação no próprio banco e descobriram que os saques foram feitos em lotéricas do Plano Piloto e de Ceilândia. Só no fim de janeiro, o banco restituiu meu dinheiro;, conta. Passado o trauma, restou o medo de ser vítima novamente. Desde então, Aline não usa os caixas eletrônicos localizados do lado de fora dos estabelecimentos comerciais nem os equipamentos 24h. ;Também evito passar o cartão. Dependendo do lugar, prefiro pagar em dinheiro;, diz.
Sociólogo da Universidade de Brasília (UnB) e membro do Grupo Ciência, Tecnologia e Educação na Contemporaneidade, Marcello Cavalcanti Barra trata o tema da segurança do mundo virtual sob dois aspectos: o atacado e o varejo. ;O atacado ganhou notoriedade nas páginas dos jornais com o vazamento da informação de que os Estados Unidos promoveram espionagem, devassando os dados até da presidente da República, Dilma Rousseff. Se até ela está vulnerável, imagina os cidadãos comuns;, comenta. Já o que o especialista chama de varejo reúne casos em que os criminosos roubam um por um.
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