Cidades

Cerca de 215 mil pessoas já foram indenizadas por conta de acidentes

51% a mais do que no mesmo período de 2012. Campanha do Ministério das Cidades mobiliza a sociedade para diminuir a violência

postado em 29/09/2013 08:05
Guilherme ficou tetraplégico após ser atropelado em uma faixa de pedestres. Anos depois, superou-se e virou campeão brasileiro de tênis de mesa

A imprudência no trânsito mudou para sempre a vida de Guilherme Costa, 21 anos. Aos 14, ele voltava da escola, na Asa Sul, para casa, no Sudoeste, quando passou por uma faixa de pedestres no Parque da Cidade. Quase todos os carros na pista pararam para o jovem, menos um, que seguia a 120km/h, o dobro da velocidade máxima da via. O condutor tentou frear. Como estava rápido demais, acertou o estudante em cheio, a 105km/h. Guilherme teve traumatismo craniano, fraturas expostas e duas paradas respiratórias. Passou 20 dias em coma, dois meses na UTI, enfrentou sete cirurgias e perdeu 30kg. Ficou tetraplégico.

Alguns anos depois, o jovem se superou. Tornou-se campeão brasileiro de tênis de mesa. Hoje, viaja o mundo representando o país em provas paralímpicas. Paralelamente, luta pelo fim da violência no trânsito. ;Tive que reaprender a respirar, a estudar, a fazer tudo. Foram dois anos, nos quais eu e a minha família ficamos sem chão;, relembra. Por conta do atropelamento, Guilherme precisou de sessões de fonoaudiologia e de psicoterapia. Continua com a fisioterapia. ;É preciso repensar formas de deixar o trânsito mais seguro e de ser mais severo em relação à formação e à conscientização dos condutores;, afirma.



O caso de Guilherme traduz a dura realidade do desrespeito à vida nas vias brasileiras. No primeiro semestre do ano, 215 mil pessoas receberam indenizações por terem ficado com sequelas graves após se envolverem em colisões. Os dados do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) representam um aumento de 51% em comparação com o mesmo período de 2012, quando cerca de 143 mil vítimas foram ressarcidas por terem ficado com alguma incapacidade física ou psicológica permanente em decorrência de tragédias.

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