Cidades

Com uma semana para o Dia das Crianças, relembre guloseimas da infância

O Correio foi às ruas para avivar a memória das guloseimas que acompanharam boa parte dos garotos e garotas brasilienses

Adriana Bernardes
postado em 06/10/2013 06:05

[VIDEO1]

Para a atriz Maria Eduarda Novaes, o doce feito com casquinha e maria-mole era chamado de Maria-mole na casquinha de sorvete; bala soft vermelha, amarela e verde; quebra-queixo de coco; suspiro colorido; chiclete Ploc; pirulito de chupeta; bala dadinho. Bananada no copinho, guarda-chuva e cigarrinhos de chocolate ; aquele com a foto de um menino fingindo fumar, imagem inimaginável nos dias de hoje. Certamente, quem tem o registro de nascimento amarelado, talvez até remendado com durex, esboça um sorriso maroto, fecha os olhos devagar e viaja léguas no tempo quando se lembra desses doces. E retorna a algum ano da infância, quando era mais livre e as guloseimas e as traquinagens de menino caminhavam de mãos dadas pelas superquadras do Plano ou pelas ruas das cidades que brotavam ao redor de Brasília.

Era assim há 30 anos no acampamento da Vila Planalto. Lá, a molecada corria solta pelas ruas de terra e no campão de futebol. Semana após semana, a rotina empoeirada das crianças incluía fazer ponto na rua principal, todo sábado, às três da tarde. Era compromisso dos mais importantes, esperar a kombi branca que abastecia, com doce de banana no copinho, a mercearia do seu Mundico e o armazém da dona Creusa. Poucas moedas a tilintar nos bolsos das calças curtas ou nas mãos miúdas eram suficientes para comprar a guloseima.

Nascida na Vila, Simone de Lourdes da Silva, 37 anos, conheceu o marido Francisco Rocha, 39, quando tinha cerca de 13. Bem antes disso, quando tinham 5 e 7 anos de idade, os dois compartilhavam o gosto e a mesma disciplina para conseguir a bananada de copinho. ;Um dia, no colégio, ela passou ao lado do meu melhor amigo e eu disse: ;Cara que gatinha!’. Ele mandou eu criar vergonha na cara porque era irmã dele. Avisei logo: ;Você vai ser meu cunhado!’;. E lá foram sete anos de namoro, 15 de casamento e dois filhos: Amanda, de 15, Gabriel, 10, e muitas lembranças da guloseima preferida, que ainda hoje povoa o imaginário do casal.

PARA SABER MAIS

Confira os doces mais lembrados e consumidos, alguns fabricados desde 1950, mas que até hoje fazem sucesso na capital.

O Correio foi às ruas para avivar a memória das guloseimas que acompanharam boa parte dos garotos e garotas brasilienses

Bala dadinho

Tem como base o amendoim. Começou a ser produzida na década de 1950. O nome faz referência ao formato, igual a um dado de seis faces. A embalagem é a mesma desde então: metalizada com estrelinhas amarelas. Ainda é vendida em lojas especializadas.

O Correio foi às ruas para avivar a memória das guloseimas que acompanharam boa parte dos garotos e garotas brasilienses

Guarda-chuva de chocolate

É um chocolate em forma de sombrinha. O desafio era retirar o papel sem quebrar a pontinha. Missão quase impossível. A diversão era comer um de cada cor.

O Correio foi às ruas para avivar a memória das guloseimas que acompanharam boa parte dos garotos e garotas brasilienses

Bala soft

Também começou a ser produzida na década de 1950 e revolucionou a indústria de balas, não só pelo produto em si, como também pela embalagem. Era febre entre as crianças e o terror dos pais. Com o formato redondo e a textura escorregadia, muitas crianças se engasgavam com elas. Há quem diga que foram proibidas no mercado após acidentes graves. É vendida em alguns pontos.


A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação