postado em 09/10/2013 06:10
Sem a perspectiva de poder abrir as portas do Museu Nacional do Automóvel no prédio onde o acervo se encontra, no Setor de Garagens Oficiais Norte, o curador do espaço, Roberto Nasser, está à procura de um novo lugar para as peças exibidas. Ele tem urgência. Ainda sem prazo para desocupar o imóvel, o organizador sabe que a ordem de despejo, de 10 dias, pode chegar a qualquer momento. A instituição conta com 50 carros antigos, muitos deles raros e, em alguns casos, únicos. Quatro deles são tombados como bens culturais de interesse histórico e técnico pela Secretaria de Cultura de São Paulo.
O problema começou em 2000, com a rescisão de um contrato de seis anos do museu com o Ministério dos Transportes. Depois de várias tentativas de conciliar as partes a respeito do espaço, nenhuma decisão foi tomada pela falta de acordo. Em 2010, a Advocacia-Geral da União pediu a reintegração de posse do prédio para o Ministério, decisão que vem sendo adiada devido a diversas liminares solicitadas pela defesa do museu.
De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério dos Transportes, o última decisão de despejo foi publicada em 19 de junho. Nasser garante que isso ainda não aconteceu. ;A sentença diz que eu devo me manifestar em até 10 dias após ser citado pelo oficial de Justiça. Não fui procurado, então esse tempo ainda não correu. Mas sei que pode acontecer a qualquer momento;, comenta o curador.
A realocação do acervo é uma necessidade, mas Nasser afirma ainda não ter encontrado um lugar para abrigar os veículos antigos. Representantes do Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, localizado em Caçapava (SP), demonstraram interesse em guardar os carros, mas essa alternativa desagrada ao curador. Para ele, o acervo deve permanecer em Brasília. ;Quando criamos o museu, não quisemos que ele fosse sobre carros em geral. Estaríamos ferindo a história da cidade. A proposta é falar da história da capital dentro do sonho de país dos automóveis, de Juscelino Kubitschek;, explica.
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