postado em 12/10/2013 07:00
Pelo menos três das cinco empresas privadas contratadas pela Secretaria de Educação do Distrito Federal para fazer o transporte escolar diário de 40 mil alunos das 656 escolas públicas denunciam que a pasta repassa verbas há pelo menos três meses. Pela lei, o valor deve custear os salários dos funcionários, a compra de combustível e de peças dos ônibus, entre outros. Para que os serviços não sejam interrompidos, os responsáveis pelas empresas acumulam dívidas ou usam as próprias economias. Além da falta de pagamento, um dos empresários revelou que, ao fazer a renovação contratual anual, o governo nem sequer fez vistorias nos veículos.
Representante da Rodoeste Transportes e Turismo Ltda., responsável pelo ônibus envolvido no acidente que provocou a morte de Geovana Oliveira, 6 anos, na última terça-feira, afirmou que a empresa não recebe os valores referentes ao pagamento mensal pelo serviço de transporte escolar desde julho ; apesar disso, o veículo estava em perfeitas condições. O funcionário, que não quis se identificar, informou que a Secretaria de Educação sempre afirma não ter verba para o pagamento. Os atrasos são recorrentes, de acordo com ele, e comprometem o pagamento dos funcionários que atendem as crianças. A empresa disponibiliza 40 veículos para o transporte de estudantes em Ceilândia.
Proprietário da Pollo Viagens e Transporte Ltda., José Charles da Silva, parou de receber R$ 700 mil, por mês, do governo. Mesmo assim, o empresário contou que não atrasou os salários dos 95 empregados. ;Para trabalhar com o governo, tem que ter uma boa reserva, senão, não dá conta;, reclamou. A Pollo atende Taguatinga e Samambaia com 42 ônibus escolares. Os dois contratos estão em vigor há 1 ano e 4 meses e a 8 meses, respectivamente. Ao pedir esclarecimentos à Secretaria de Educação, o empresário ouviu que o recurso não teria sido empenhado. ;A explicação foi de que não fizeram a reserva dos gastos anuais correto.;
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