O que você faria se tivesse apenas R$ 16 na carteira e uma pilha de contas para pagar? O cearense Antônio Carlos Ferreira, 41 anos, optou por encarar as dificuldades. ;Juntei todas as moedas e fui a uma loja de doces. Comprei um saco de pé de moleque, um de pirulito e um de bala. No caminho, ainda perdi o pé de moleque. Caiu da bicicleta, e eu não vi. Quase fiquei desesperado, mas pensei que eu não podia parar. Tinha que continuar tentando;, relembra o vendedor de bala. A história de luta e superação de um dos personagens mais queridos do Paranoá poderia dar um filme. E deu. As imagens e a edição ficaram por conta de amigos, que não cobraram pelo trabalho. Há pouco mais de um mês na internet, o vídeo de 28 minutos foi visto por mais de 3 mil pessoas.
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Chininha, como o vendedor é conhecido, cita o filme com orgulho e espalha cartões com o endereço eletrônico. O objetivo do documentário é arrecadar doações para que ele realize o sonho de comprar um carro. Na página na qual o vídeo foi postado, amigos e conhecidos aproveitam para declarar a admiração por ele. Entre as mensagens, recordações da infância, cumprimentos e até sugestões de deixar as balas de lado e tentar a carreira política. ;História de vida muito bonita, veio para Brasília sem nada e, aos poucos, está conseguindo realizar cada vez mais seus objetivos. Que Deus conceda em sua vida todos os seus desejos e planos;, escreveu Salete Mendonça.
A alegria é a principal aliada de Chininha nas vendas. Com jogo de cintura e muita graça, o cearense conquistou freguesia e um espaço na história da cidade. ;Cresci esperando a hora em que ouviria o sino do Chininha passando de bicicleta pela rua. Eu e todo mundo aqui perto;, conta Cássia Miranda, 26 anos. O sorriso não sai do rosto do vendedor de bala nem mesmo ao falar dos momentos difíceis que enfrentou. Em 23 de fevereiro de 1995, ele deixou o pouco que tinha e a mulher em Mucambo, no Ceará, e embarcou em um ônibus para a capital federal em busca de uma vida melhor. ;O dinheiro da passagem foi emprestado. Não tinha nem para comer e só tinha dívida para pagar;, relembra.
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