Dois professores de matemática sofreram acidentes de moto distintos e agora enfrentam o mesmo calvário por uma cirurgia na rede pública de saúde do Distrito Federal. Alex Barbosa Monteiro, 33 anos, e Alex Ferreira Lima, 23, estão internados, respectivamente, nos hospitais Regional de Sobradinho (HRS) e de Base (HBDF). Não bastasse a coincidência de fatos e nomes, eles ouvem dos médicos desculpas iguais, de que pacientes em estado mais grave precisaram passar na frente. No entanto, Barbosa está há 39 dias internado, e Ferreira, há 23. Os parentes de ambos despendem tempo e dinheiro para acompanhá-los na longa espera. Cada vez que há uma chance de um procedimento cirúrgico, os dois fazem jejum, preparam-se para a operação e, então, decepcionam-se novamente.
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Alex Barbosa quebrou o fêmur em dois lugares. Sofreu uma embolia, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HBDF e se recuperou. Marcaram a cirurgia dele na unidade do Plano Piloto, mas o HRS avisou que já tinha agendado o procedimento. Ele retornou a Sobradinho e a última informação que recebeu foi que um aparelho essencial para a operação estava quebrado há três semanas.
A família de Barbosa procurou o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e, em seguida, pediu que os médicos emitissem um laudo sobre a situação do paciente a fim de acionar a Justiça. O hospital se negou, de acordo com o professor. ;Tentamos mudar para o Paranoá, mas nos disseram que o tal aparelho também está quebrado na unidade. Já sumiram com o resultado de uma tomografia que fiz. Eu me sinto preso a uma cama;, reclamou o paciente. ;Temos medo de que dê algum problema e ele perca a perna. Estamos nos revezando para acompanhá-lo. Minha mãe, de 62 anos, passa o dia com ele na unidade. Não somos parentes dos gestores da saúde pública. Por isso, estamos esquecidos;, disse a irmã de Alex, Vaneide Barbosa Monteiro, 30.
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