Elas também preparam-se para a Copa do Mundo. De olho nos turistas que desembarcarão em Brasília na metade do próximo ano para assistir ao principal torneio de futebol do planeta, prostitutas e travestis organizam-se e investem nos estudos e no corpo. Algumas delimitam ponto nos setores hoteleiros Sul e Norte, onde a maioria dos visitantes ficará hospedada. Outras aprimoram o inglês e aprendem o espanhol. Também gastam o dinheiro em implante de silicone, lipoaspiração, clareamento dental e uma série de intervenções para atrair a clientela. Até quem passou anos na Europa, agora em crise, voltou para faturar euros e dólares dos estrangeiros na capital brasileira.
Garotas de programa e travestis frequentam as quadras onde estão concentrados os hotéis, na região central de Brasília, há anos. Mas, desde janeiro, a quantidade duplicou, segundo as mais antigas profissionais dos sexo e os trabalhadores da área. Muitos creditam esse aumento à agenda cheia de eventos nacionais e internacionais no DF, principalmente ao mundial de futebol, que terá sete jogos no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, entre 15 de junho e 12 de julho de 2014. Não há um número oficial, pois nenhum órgão tem o cadastro delas, mas pelo menos 60 mulheres e travestis oferecem o corpo nas vias entre os hotéis, regularmente.
Uma equipe do Correio passou três noites na região e conversou com 15 garotas de programas e travestis, além de taxistas e funcionários dos hotéis. Dez contaram estar fazendo algum ;investimento; visando os torcedores estrangeiros. Uma delas, Sabrina, 28 anos, diz ter trocado Goiânia por Brasília há cinco meses justamente por conta dessa clientela. ;Aqui, já existem clientes mais ricos, mas acho que, na Copa, vai ter ainda mais. Por isso, coloquei silicone e estou aprendendo umas palavras básicas de inglês com uma amiga que morou nos Estados Unidos;, contou.
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