postado em 21/10/2013 06:00
A coleção de medalhas e troféus de Alex* enfeita o escritório de um orfanato, em Luziânia. Aos 17 anos, o jovem disputou e ganhou dezenas de campeonatos de judô. Como todo garoto orgulhoso do feito, queria dividir as conquistas com a família, mas o adolescente não tem mais a referência dos pais. Abandonado pela mãe ao nascer, ficou sob a tutela do pai, alcoólatra, até os 5 anos. A criança passava o dia na rua e não se alimentava direito. A negligência fez o Conselho Tutelar do município goiano tirar a guarda do responsável. ;Não tenho raiva deles (dos pais), mas acho que ninguém deveria passar por isso;, disse, desapontado.
A história de vida de Alex é semelhante a de milhares de crianças e adolescentes vítimas de violência no Distrito Federal. Um levantamento da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) revela que 1.870 menores de 18 anos foram abusados ou explorados sexualmente nos primeiros seis meses de 2013. A estatística de 10 casos por dia na capital assusta. Mais do que isso, escancara a necessidade da criação de uma rede efetiva de proteção a meninos e meninas em situação de vulnerabilidade.
O estudo mostra também que a violência física ainda é um dos meios de punição mais usados pelos pais. De janeiro a junho deste ano, chegaram às delegacias 696 denúncias de maus-tratos (veja arte). São situações em que a força se torna arma. A maioria das agressões ficam restritas ao ambiente familiar, nem chegam ao conhecimento público. Outras são explícitas e chocam quem está em volta. Em março, um gerente executivo da Caixa Econômica Federal protagonizou uma cena deprimente: espancou o filho, de 3 anos e oito meses, no pátio de um colégio na Asa Sul. Diante do protesto de algumas pessoas, ele continuou a bater no menino no banheiro da escola. O homem foi preso, mas acabou liberado pouco tempo depois.
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