Flávia Maia
postado em 23/10/2013 07:53
Depois da casa própria, abrir uma empresa se tornou o principal sonho de muitos brasileiros. Investir em um novo negócio deixou de ser exclusivamente uma necessidade financeira e virou oportunidade profissional. Se, antes, a maioria dos empreendedores apostavam na criação de uma firma por falta de emprego formal e pela busca da sobrevivência da família, hoje, a situação é diferente. A carreira de empresário faz parte do leque de opções de quem deixa as instituições de ensino e pretende entrar no mercado de trabalho. Até mesmo em regiões onde empreendedorismo era considerado um terreno árido, como no Distrito Federal, conhecido pela força do funcionalismo público, a atividade cresce. O Correio inicia hoje uma série de reportagens sobre o tema.
A Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), realizada em 67 países, mostra que 43,5% dos brasileiros desejam ter o próprio negócio. Índice superior àqueles que pretendem fazer carreira em empresas ; 24,7%. O Brasil ocupa o 4; lugar no ranking mundial em número de empreendedores. São 6,3 milhões de empresas de pequeno porte no país, de acordo com levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). No DF, a perspectiva é de que, até o fim do ano, 152,3 mil estabelecimentos estejam em funcionamento. ;O interessante é que esse crescimento acontece no empreendedorismo de oportunidade. Se analisarmos os últimos 10 anos, esse grupo passou de 44% das empresas para 69%. É sinal de que os empreendedores estão chegando no mercado mais preparados, com isso, as empresas vão sobreviver;, analisa Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae. O Centro-Oeste é região com a mais alta porcentagem de empreendedores por oportunidade (13,9%). Em segundo lugar, vem a região Sul, com 11,2%. ;E quem puxa o índice regional é o DF;, explica Valdir Oliveira, superintendente do Sebrae no DF.
Para especialistas, o impulso dos pequenos negócios está relacionado às transformações sociais e econômicas que o Brasil passou nos últimos anos. ;Temos uma economia mais estável e maior capacidade de consumo. O investidor está em um terreno mais seguro para investir;, afirma Siegrid Guillaumon, professora de empreendedorismo da Universidade Católica de Brasília. Para Tales Andreassi, coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas, a situação econômica favorável trouxe também uma mudança na relação de emprego. ;Antes, era o emprego pra vida toda. Hoje, existe esse investimento no capital intelectual, e empreender tornou-se uma opção de carreira.;
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