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Com hits consagrados, Aerosmith levanta público no Estádio Mané Garricha

Veterana banda norte-americana encerra turnê brasileira para 25 mil pessoas

postado em 24/10/2013 08:24

Veterana banda norte-americana encerra turnê brasileira para 25 mil pessoas

O Aerosmith tem um caminhão de hits, que foram apresentados na agradável noite desta quarta-feira (24/10) no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, para o bom público de cerca de 25 mil pessoas. Para a tristeza de alguns fãs, algumas canções não foram executadas, como Janie;s got a gun, Hole in my soul e Fly away from here. O Whitesnake fez um show correto, abusando de todos os clichês que uma apresentação de hard rock merece, com direito a solos longos de bateria e duelos de guitarras. David Coverdale infelizmente já não canta como outrora, mas ainda é digno de respeito. Ao final, resgatar o sucesso Burn, da época do Deep Purple coroou uma apresentação correta.

Idosos, jovens e crianças compartilhavam o mesmo espaço e expectativas. Fernanda Ferreira, levou a filha Amanda, de 13 anos, pela primeira vez a um show. A filha se orgulha de ouvir rock desde a tenra idade. ;Desde que tinha dois anos, minha mãe sempre colocou rock nos CDs do carro;, afirma. A mãe, orgulhosa, define a opção. ;Eu acho que música boa é rock. A Amanda até gosta de músicas atuais, mas sempre fiz questão de mostrar rock antigo, como Rolling Stones, Pink Floyd e U2. Ela conhece tudo. Está explodindo de alegria em poder ver o Aerosmith;, ressalta.



[SAIBAMAIS]Perto dali, um grupo de amigos também celebrava ocasião. Os amigos Caio Fontes, 13 anos e Vitor Caputo, 14 anos, estavam extasiados. ;Escuto rock desde sempre, conheço Whitesnake graças a meu pai;, diz Vitor, orgulhoso. Caio afirma que a influência veio do pai e do irmão mais velho e critica quem gosta de funk, pois segundo ele, ;quem curte não deve prestar atenção na letra;.

Com apenas 15 minutos de atraso, o Aerosmith subiu ao palco e em praticamente duas horas de show desfilou alguns sucessos para os fãs mais fiéis como Eat the rich, Love in an elevator, Dude (looks like a lady), Rag doll, Livin; on the edge e Walk this way. Belas e fiéis interpretações, de uma banda que permanece afiada no palco. Steven Tyler, ainda canta bem, só evita exagerar nos agudos, algo compreensível para quem já praticou muitos excessos e por mais que esconda, já está com seus 65 anos de idade

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Veterana banda norte-americana encerra turnê brasileira para 25 mil pessoas


No final das contas o show foi bom, mas longe de ser rotulado de inesquecível. Pois com a posição cada vez mais marginal do rock na mídia, se cada artista não se armar da melhor forma possível e não descarregar o seu próprio arsenal no público, a sensação de frustração é nítida.

O Aerosmith ganhou muita projeção no país nos últimos 20 anos, mas infelizmente dividiu seu setlist de uma forma heterogênea pelos seus 43 anos de carreira. Se o compartilhamento das músicas foi respeitosa sob o ponto de vista temporal, ao mesmo tempo, foi um pouco covarde. O grupo não procurou entender o que o público brasileiro mais gostava, simplesmente fez um show de turnê sem se preocupar com as particularidades de quem pagava o ingresso, como se o show fosse nos EUA, África do Sul ou Japão. Foi um erro grave. No bis, após as belas Dream on e Sweet emotion (ambas com cerca de 40 anos de execução), o show era para terminar. Tyler surpreende e cita algumas músicas para o público escolher. Mama kin (do álbum Aerosmith, de 1973) recebeu tímidos aplausos. Já Crazy (do popular Get a grip, de 1993) foi uma apoteose. O público deu a dica.

Certamente, I don;t want to miss a thing, Pink, Jaded, Cryin; e a dispensável cover de Come together (Beatles) agradou a todos, desde os mais fãs grisalhos até os jovens Vitor, Caio e Amanda. Mas a banda se esqueceu que o futuro dela depende deles e deixar de lado preciosidades como Fly away from here, Janie;s got a gun, Girls of Summer, Full circle e Hole in my soul pode custar caro no futuro.

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