Cidades

Há 45 anos a UnB foi palco de um dos episódios mais tristes da ditadura

A invasão policial de 29 de agosto de 1968 se tornou um dos capítulos mais tristes da história da UnB. Nesse dia, estudantes foram perseguidos, espancados e presos. Alguns acabaram feridos à bala

postado em 27/10/2013 07:00
A invasão policial de 29 de agosto de 1968 se tornou um dos capítulos mais tristes da história da UnB. Nesse dia, estudantes foram perseguidos, espancados e presos. Alguns acabaram feridos à bala
O golpe de 1964 mudou os rumos de Brasília, a cidade criada com projeto inovador e estudada ainda hoje pela arquitetura modernista e pelo projeto urbanístico diferenciado. Os militares assumiram o poder e, progressivamente, reduziram os direitos e restringiram a liberdade dos cidadãos. Dessa forma, a capital construída no interior para desenvolver outras regiões do país passou a centralizar a tomada de decisões. E os espaços brasilienses acabaram tomados por questões políticas.

Muitas das discussões giravam em torno da resistência e da ação repressiva em cima do que era considerado subversivo. O Correio começou, no último domingo, a publicar uma série de reportagens sobre os locais usados e explorados pela ditadura na capital. Entre esses endereços, a Universidade de Brasília (UnB) é um dos mais importantes. A presença da juventude estava associada à agitação política, indesejada pelo governo. Por isso, o Palácio do Planalto e as forças policiais se voltaram para a instituição de ensino superior, gerando um ciclo de ocupações e interferências ao longo do regime.
Um desses momentos sensíveis foi a invasão de 29 de agosto 1968. Ela pode ter sido determinante ao pretexto esperado pelos militares para a edição do Ato Institucional n; 5 (leia Memória), responsável por endurecer a ditadura e dar início aos anos de chumbo. O período que antecedeu a norma mantinha uma tensão constante no ar. A comunidade acadêmica previa que algo estava para acontecer.

Guerra - O ex-aluno Cláudio de Almeida soube antes que a polícia invadiria o câmpus. ;Tínhamos colegas, filhos de militares, que alertavam quando algo mais grave aconteceria na UnB. Eu fui alertado pela família da minha ex-mulher, mas não acreditei porque as ameaças eram frequentes;, relembra. Ao chegar ao câmpus, no fim da Asa Norte, Cláudio passou pelo barracão da Federação dos Estudantes da UnB (Feub) para conversar com o líder estudantil Honestino Guimarães. ;Ele me disse que invadiriam a UnB, perguntou como estava na rua. Eu não havia percebido nada de anormal. Por volta das 8h30, fui para a minha aula de macroeconomia, com o professor Lauro Campos, que veio a ser senador. Não muito tempo depois, começamos a ouvir gritos: ;Bateram no Honestino, prenderam o Honestino!’. Na mesma hora, todo mundo saiu das salas;, contou.

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