O destino do deputado Raad Massouh (PPL) será definido, na tarde de hoje, às escondidas. O processo de cassação contra o parlamentar, acusado de desviar recursos de uma emenda liberada por ele em 2010, vai ser analisado em votação secreta. A defesa de Raad recorreu, mais uma vez, à Justiça e tentou postergar o julgamento político, mas os integrantes da Mesa Diretora e os líderes partidários da Câmara Legislativa se reuniram ontem e decidiram marcar a sessão. Apesar de a Lei Orgânica do DF prever o voto aberto, o distrital conseguiu na Justiça o direito ao sigilo. Raad Massouh aposta no corporativismo dos colegas para tentar escapar de ser o terceiro parlamentar cassado da história da Câmara Legislativa (confira Memória).
O Correio consultou todos os distritais e somente sete declararam que vão votar pela perda de mandato. Os outros argumentaram que a antecipação de posicionamento poderia gerar novos questionamentos judiciais. No momento de preencher a cédula de votação, os deputados não vão analisar somente se Raad é culpado ou inocente das acusações. Questões políticas e pessoais serão determinantes para essa definição. Um dos pontos que podem ser levados em conta é o fato de o suplente do parlamentar, Paulo Roriz (PP), ter se desentendido com o governo na semana passada. Ele perdeu cargo como secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana do DF.
Outra questão é a existência de representações contra três parlamentares. Benedito Domingos (PP) foi condenado em segunda instância por fraude em licitações e, em primeira, por improbidade. Rôney Nemer (PMDB) e Aylton Gomes (PR) também receberam pena por irregularidades com recursos públicos. Os processos estão suspensos na Comissão de Ética da Casa. Entre aliados desse grupo, existe a teoria de que a cassação de Raad esfriaria os ânimos da população e ajudaria a salvar o trio, mas também há quem defenda a tese de que a degola do parlamentar do PPL faria os outros processos andarem, atingindo novos distritais na sequência.
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