Renato Alves
postado em 31/10/2013 06:03
Antes do início da votação sobre a cassação de Raad Massouh (PPL), ao microfone do plenário da Câmara Legislativa, o deputado Chico Vigilante (PT) fez uma piada. Afirmou que ali não havia risco de ocorrer fraude porque não existia painel eletrônico. Ele referia-se ao episódio da violação do painel do Senado, em que parlamentares souberam como votaram os colegas por ocasião da cassação do mandato de Luiz Estevão, em 2001. A decisão de ontem, na Casa Legislativa do Distrito Federal, seria por meio de voto em papel. Mas, por volta das 18h45, quando todos esperavam o resultado, a Mesa Diretora constatou haver mais cédulas depositadas na urna do que deputados aptos a escolher. A apuração constatou 24 papéis, mas 23 distritais podiam participar da decisão, pois Raad preferiu abster-se.Leia mais notícias em Cidades
Depois do constrangimento por causa da suposta fraude, houve bate-boca entre alguns parlamentares. O presidente da Câmara, Wasny de Roure (PT), decidiu suspender a sessão e convocar novo pleito. Nenhum voto da primeira escolha foi divulgado. ;Neste momento, temos que repetir a votação. Quanto mais postergarmos isso, maior será a delonga;, afirmou Roure. Já Chico Vigilante, que trocou a primeira brincadeira por um ar sério, sugeriu que ele e mais dois distritais acompanhassem o depósito dos votos ao lado da urna, o que foi negado. Como no primeiro escrutínio, os deputados eram chamados um a um, seguindo ordem alfabética. Após confirmar presença, o distrital seguia sozinho a uma cabine secreta, ao lado da mesa principal.
O que ninguém conseguiu explicar foi como houve uma cédula a mais, mesmo com dois seguranças da Câmara ao lado da cabine. Como somente parlamentares tiveram acesso a ela, pairou a suspeita de que um deles tentou atrapalhar o pleito depositamdo mais de uma cédula. Diante da celeuma, o deputado Chico Leite (PT) pediu instauração de sindicância para saber por que foram encontrados 24 envelopes na urna durante o primeiro pleito. Wasny de Roure acatou o pedido, mas não explicou como será feita a apuração nem falou em prazo.
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