;A gente carrega um peso como se fosse responsável pelo que acontece em nossa volta. Passei 70 anos carregando um saco de cimento nas costas. Aí, pensei, vou deixar isso de lado;
Aos 70 anos, Takeshi Miura descobriu que não era capaz de mudar o mundo inteiro. Mas podia melhorá-lo. O primeiro passo para atingir o ambicioso objetivo era rever as cobranças que fazia a si mesmo. O sensei, ou mestre, acostumado a treinar crianças, jovens e adultos com a rígida técnica e filosofia do judô, percebeu que, para continuar como o ;homem mais feliz do universo;, precisava abrir mão de algumas responsabilidades. Filho de japoneses, Miura construiu uma carreira sólida como atleta e treinador. A arte marcial, assim como os valores nela inseridos, o guiaram e garantiram incontáveis troféus e medalhas. Sem esconder o orgulho, ele lembra do ouro nos jogos Pan-Americanos de 1967, em Winnipeg, no Canadá.
A dedicação ao esporte ganhou força com o decorrer dos anos. Apaixonado pela modalidade, ele montou uma academia e tornou-se professor ainda na década de 1970. Era a chance de transmitir a experiência e a sabedoria adquiridas no tatame. O reconhecimento veio em 2000, com a faixa vermelha de 9; dan ; segunda graduação mais alta do judô. Em Brasília, apenas dois mestres têm o título. Sem deixar de lado a ambição de competidor, ele pretende alcançar o 10; dan. Se conseguir, será o primeiro brasileiro. Com tanta garra e disposição, decidiu mudar de postura há um ano. ;A gente carrega um peso como se fosse responsável pelo que acontece em nossa volta. Passei 70 anos carregando um saco de cimento nas costas. Aí, pensei, vou deixar isso de lado. Não completarei 71 anos, mas 70 e primeiro;, brinca.
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